terça-feira, 26 de abril de 2022

 EMPOSSADA  CORRENTE NEOMAXISTA



Sua Excelência Senhor Presidente da República, Umaro Cissoco concedeu posse, ontem - espera-se com sabedoria, conhecimento de causa e boa fé - a uma comissão composta por elementos da corrente neomarxista (da escola de António Gramsci), para a escrita da história da luta de libertação.

Salvo a figura do conhecido historiador e investigador, Dr. Julião Soares Sousa, não se conhecem da parte dos restantes membros da dita Comissão, obras ou temas impactantes em resultado do trabalho de campo vivido in-loco na realidade da sociedade guineense, sobretudo na área da história e sociologia.

O próprio coordenador adjunto da Comissão, Carlos Cardoso é formado em filosofia na antiga RDA (Alemanha). Foi diretor-geral do INEP, durante o consulado do General Nino Vieira, mas nunca se mostrou predestinado para a investigação no domínio da história. Não se lhe conhecem textos ou obras literárias de vulto. A sua varinha de condão consiste em coordenar projetos corriqueiros. Depois de ter deixado a função de diretor-geral, após a guerra civil que destituiu Nino Vieira em 1978, transformou-se em comentador na Rádio África em Portugal, no programa "Debate Africano". A seguir ganhou um posto na CEDEAO em Dakar/Senegal, não regressando ao INEP, preferiu fundar, logo de seguida, um “Centro de História” de vocação gramsciana, onde ele é o presidente.

A investigação científica não compadece com a política e muito menos com correntes ideológicas. Esta matéria pertence a todos nós, guineenses, por isso, estaremos aqui e atentos às perversidades das quais o homo sapiens é capaz.

Atenção: acabo de ser informado esta manhã de que afinal existe uma instituição do Estado (Centro) vocacionada para esta temática - abandonada, sem instalações nem recursos para o seu funcionamento - que não foi tida nem achada nesse processo que iniciou com o empossamento pelo Presidente da República da Comissão para Escrita da História da Luta de Libertação.

Pergunto: como se pode permitir animosidades em processos de investigação que se presumem ser de carácter científico? Será que o PR não dispõe de conselheiros à altura do cargo?