GUINÉ-BISSAU: MUDAR DE PARADIGMA
A atual coligação
governativa está a confrontar-se com desafios estrambólicos, herdados do
colonialismo português e os deixados pela ditadura do partido único. A depravação ultrapassa de longe os 47 anos de governação déspota. Tudo junto, podemos afirmar, sem exagero, que a Coligação está diante de uma calamidade pública.
A situação do nosso país é
grave a todos os níveis. O que implica uma rotação de volta inteira em tudo, mudança
do nosso olhar sobre a realidade que nos rodeia, mudança de paradigma.
No sector da saúde, por
exemplo, onde, recentemente, arrebentou o escândalo de 50 milhões de francos
CFA, da ONG Sight Saveres; os 30 contentores de medicamentos extraviados, entre
outras vergonhas abafadas, podemos afirmar que o Governo de Nuno Nabiam terá
muita conta a prestar.
Falando ainda da saúde, não
é admissível que os cidadãos que sempre sentaram na berlinda não conheçam o
Hospital Simão Mendes (de referencia em todo o país). Eles não sabem sequer quão revoltante é admitir que nos
hospitais públicos, quem arcar com as despesas de saúde (comida e medicamento)
são os familiares dos doentes internados. Será o único hospital público em todo o mundo cujos contribuintes nacionais sejam obrigados a comprar medicamentos em farmacia para depois entregar aos enfermeiros e médicos. Para depois só assim poderem fazer os tratamentos aos seus pacientes.
A Guiné-Bissau não precisa
de um, mas sim de vários messias. Quero, pois, acreditar que o atual Ministro da
Saúde, Dionísio Cumba, seja "o messias" que todos esperávamos neste sector tão
abandonado por gente da berlinda.