SISTEMA DE GOVERNO: SEMIPRESIDENCIALISMO OU
PRESIDENCIALLISMO?
“Cada cabeça sua sentença”.
Creio que não vamos aproveitar esta alteridade de pontos de vista para agravar
ainda mais as nossas divergências.
Até porque alterando ou não a constituição da República, a vida do povo continua a correr o seu curso normal e natural. O povo guineense nunca beneficiou com propaladas imaginações teóricas. Afinal das contas é preciso saber distinguir mudança de regime político (Mudança Constitucional) e Revisão Constitucional. Nesta matéria, portanto, não adianta misturar "alho com bugalho". São dois processos radicalmente distintos.
Há quem acredite que o
sistema presidencialista - não tendo vivido nunca nele - serve melhor os nossos
interesses, porque nós somos aprendizes da democracia que já praticamos há mais
de vinte e cinco anos. Os partidários do “presidencialismo” dizem, ainda, que “… ter um governo que não tem a mesma cor que o presidente é
sinónimo de conflito.”
Contrariamente, os adeptos
do semipresidencialismo, advogam que a
questão da “cor partidária” do presidente, está desde logo salvaguardada pelo próprio sistema em si, na medida em que a questão de "conflito" que os apoiantes
do presidencialismo alegam, tenha mais a ver com o carácter pessoal (personalidade) dos líder políticos que temos, e com a definição clara, no texto da própria constituição, das atribuições do chefe de
Estado, que inevitavelmente deveria ser presidente de todos os guineenses, tendo
em conta as nossas fragmentações culturais ou étnicas.
Atenção: quando nós lutávamos pela nossa soberania dando nosso sangue suor e lágrimas, alguns povos da África que juntamos, cantavam e dançavam.
Aviso sério: por mais unidos que estejamos por uma causa, não adianta "forçar a barra" para a mudança do regime político, neste momento. Está na cara que o povo não está afim.