“KUTÓ FIU NA BIDÁ”…
A propósito do debate monocórdico,
sobre o assassinato de Amílcar Cabral, moderado, ontem à noite, na TVGB, pelo jornalista
João Upá Mendes, onde estiveram presentes o jornalista, Além Iero Embaló e o "historiador", Mário Ramalho Cissoco. Posso confessar que me deixaram muito
desapontado.
Não podia acreditar que
ainda haja alguém na face da terra que concluísse que a razão do assassinato de
Amílcar Cabral fosse o “apartheid” dos cabo-verdianos, praticado em Conacri
contra os nativos da Guiné-Bissau. O debate não tinha direito ao contraditório.
Os dois analistas trataram de branquear, pura e simplesmente, a atuação do Colonialismo,
do Governador António de Spínola e da PIDE/DGS. Os dois trapalhões tiveram
mesmo o descaramento de culpar o PAIGC, em guerra, pela morte dos três majores em
Chão Manjaco. Conscientemente, resolveram trocar os pés pelas mãos. Com que
objectivo?
Mas, permitam-me que vos deixe
esta garantia: se Amílcar Cabral fosse um bandido, como os trapalhões querem
pintar, então, a luta dirigida por Ele seria uma empreitada inglória, sem heróis
nem ídolos da nossa história recente.
Sobre o suposto historiador,
Mário Ramalho Cissoco, falaremos no próximo episódio.