O VEREDICTO DAS URNAS E O
FUTURO
O
Comunicado da CEDEAO tornado público, no dia 22 de Abril de 2020, recomenda, numa perspectiva presidencialista, no ponto
7, o seguinte:
7 – Eles (CEDEAO) também
solicitaram ao Presidente Umaru Sissoco Embalo que prosseguisse com a nomeação
de um Primeiro-ministro e de um novo Governo o mais tardar até 22 de Maio de 2020 em conformidade com
as disposições da Constituição, em particular as relativas aos resultados
emanados das eleições legislativas.
É
preciso responder à CEDEAO, dizendo-lhe, em primeiro lugar, que no concernente
às recomendações constantes neste ponto, são extemporâneas, tendo em conta à evolução da situação política interna no
nosso país. Em segundo lugar, a CEDEAO nunca poderá entender que a estabilização
política na Guiné-Bissau não se esgota no reconhecimento apenas dos resultados
emanados das eleições legislativas. Não se pode ter uma visão quadrada do problema. O reconhecimento que se pede, deve ser, também, estendível aos resultados emanados das eleições presidenciais. E, por último,
a CEDEAO deveria ter a consciência clara da situação política interna do país, mais do que externamente. No nosso ponto de vista, é
fundamental o reconhecimento da
vitória de Sua Excelência Presidente Umaru Sissoco Embalo, em 29 de Dezembro de
2019. Ou seja: sem esse reconhecimento nenhuma nomeação de um novo primeiro-ministro sobreviverá, porque depende de uma coabitação/cooperação política favorável e leal, entre os representantes dos principais órgãos de soberania (refiro-me a Presidência da República e o Governo), que resulte,
sobretudo, do reconhecimento público dos resultados das eleições
presidenciais, atrás referidas. É preciso recordá-los de que o PAIGC e o seu líder e candidato derrotado, juraram não reconhecem e respeitar o veredicto das urnas das eleições presidenciais, passadas. Em quê que ficamos, então?
De
momento, o futuro político impõe dois cenários: ou o Programa do Governo resulte
da maioria dos deputados na ANP nos próximos tempos ou o caos político.