QUARENTENA EM ÁFRICA
CONTRA COVID-19
É
preciso reflectirmos, muito bem, as medidas de confinamento em África ditadas
pelos cientistas da OMS contra COVID-19. Não basta dizer fiquem em casa! “Ficar em
casa” na Europa não poderá ser adoptado ipsis
verbis pelos africanos. O modo de
vida da população camponesa em África (em geral), faz, em si, uma grande
diferença. Não queremos, com isto, apoiar as aglomerações por motivos das celebrações
e cerimónias em aldeias de África, mas os trabalhadores agrícolas ou as
vendedeiras que lutam dia-a-dia por um dólar para sobreviver, sem frigorífico,
água potável, etc. É este dia-a-dia dos camponeses e vendedores que vimos
sugerir a reflexão das autoridades africanas tendo em conta a medida mundial de
confinamento contra COVI-19. Pois, o mais caricato nisto tudo, tem sido o facto
de que nós africanos nunca termos criado “condições” em nossos países para que,
de repente, pudéssemos aplicar as tais medidas científicas (de confinamento à maneira
europeia) nos nossos territórios.
Na
minha opinião, as medidas da OMS sobre o confinamento da população contra o
COVID-19 nunca poderão ter o mesmo acolhimento em contextos de extrema pobreza,
como em África.
Este
pode até não ser o tempo de pensamento sociológico da medida, mas qual poderá ser o
impacto de confinamento da maioria da população contra o COVID-19 quando
aplicada ipsis verbis? Veremos!