“GRAVE RISCO”
À DEMOCRACIA NA
GUINÉ-BISSAU
Um
grupo de 164 personalidades, entre políticos, diplomatas, académicos,
jornalistas, juristas e membros da sociedade civil portuguesa e guineense,
subscreveu um abaixo-assinado dirigido ao Presidente da República, ao
Presidente da Assembleia da República, ao Primeiro-Ministro e ao Ministro dos
Negócios Estrangeiros de Portugal, alertando para o que considera um “grave
risco de colapso democrático na Guiné-Bissau”.
O
documento, também enviado aos grupos parlamentares, pede uma “urgente
intervenção política” junto das autoridades guineenses e da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), sublinhando que a organização tem o dever
estatutário de zelar pelos princípios da paz, democracia, Estado de direito,
direitos humanos e justiça social.
No
texto, os signatários recordam que a Assembleia Nacional Popular foi dissolvida
em novembro de 2023, sem que tenham ainda ocorrido novas eleições, agora
marcadas para 23 de novembro de 2025, data em que também se realizarão as
eleições presidenciais.
O
abaixo-assinado cita uma sequência de “graves perturbações institucionais”,
incluindo a intervenção de forças armadas no Supremo Tribunal de Justiça e no
Parlamento, bem como a alteração da composição de ambos os órgãos “sob forte
contestação”.
Os
subscritores denunciam ainda a “degradação da vida democrática” no país,
marcada por atos de violência, como o rapto e espancamento de Luís Vaz Martins,
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados e antigo
líder da Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Outro
ponto destacado é o encerramento das delegações da RTP, RDP e Lusa em Bissau,
em agosto, e a consequente expulsão dos seus jornalistas, medida considerada
“um ataque à liberdade de imprensa”.
Fonte lusa.