AUTO-ESTRADA
BISSAU-SAFIM?
Vamos recuar um pouco no
tempo. Como os senhores e camaradas devem repara, nós somos pelo Governo da
maioria dos guineenses.
Em Bissau, foi lançada, no
dia 22 de Janeiro de 2021, de manhã, a primeira pedra para as obras de
construção de 14 km de autoestrada
Bissau-Safim.
A cerimónia oficial terá
tido lugar na Rotunda do Aeroporto de Bissau e fora presidida pelo Presidente
da República, Umaro Sissoco Embalo.
O ato terá mobilizado várias
individualidades, membros do governo, deputados e corpo diplomático acreditado
no país, destacando, o embaixador da China, Guo Ce.
A autoestrada deveria ser financiada,
inteiramente, pelo governo da China, num montante de trinta milhões de dólares,
e as obras deverão durar dois anos.
É preciso saber que, a par
da União Europeia, a China, é um dos principais parceiros do desenvolvimento da
Guiné-Bissau. Apoiou o povo guineense na luta pela independência. E já construiu várias
infra-estruturas, destacando, palácio do governo, palácio da justiça, escolas,
hospitais, habitações para os combatentes da liberdade da pátria, estádio de
futebol e reabilitação total do palácio da República.
Mas o que conta aqui, para nós, é a
história. A visão que nós temos do país tem que ser histórica. As estradas e
autoestradas que herdamos do colonialismo português, são históricas. Respeitam a
um "momento próprio" do passado do nosso povo. Não é a toa!
Não somos contra a
construção da autoestrada Bissau-Safim.
O que nós queremos acautelar é que para
irmos a Mansoa, não precisamos de gastar em energia (combustível) para ir até Aeroporto
de Bissalanca. Bastaria seguir por Ondame/Antula, direto, em direção a
Mansoa. E, a partir do bairro de Luanda/QG, direto, para Safim/Bula/Canchungo.
Porquê que hoje seguimos as peugadas dos tugas? Somos um
Estado livre! As estradas existentes são coloniais, ou seja, consequência da
resistência do nosso povo ao colonialismo português. Não podemos continuar a seguir o caminho da
formiga, seguido pelos tugas, porque esses caminhos pertencem a
um momento da privação da liberdade, da guerra.
Sabemos só que são 14 km,
mas não há nenhuma maquete, ou informação que diz qual o objetivo da construção
da dita autoestrada. Nada! Para o Norte (Bula/Canchungo) e porquê? Neste direção, pelo que sabemos, não existe nenhum empreendimento de
vulto que implique esta decisão! E não sabemos se tem a ver, inclusive, com a construção
do aeroporto internacional em Nhacra, ou não!
Para superar as especulações sobre a matéria,
os objetivos da construção da autoestrada Bissau-Safim são, completamente, desconhecidos.
Realidade, portanto, que implica a transparência da atual governação.