sexta-feira, 2 de abril de 2021

 AUTO-ESTRADA BISSAU-SAFIM?

Vamos recuar um pouco no tempo. Como os senhores e camaradas devem repara, nós somos pelo Governo da maioria dos guineenses.

Em Bissau, foi lançada, no dia 22 de Janeiro de 2021, de manhã, a primeira pedra para as obras de construção de 14 km de autoestrada Bissau-Safim.

A cerimónia oficial terá tido lugar na Rotunda do Aeroporto de Bissau e fora presidida pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo.

O ato terá mobilizado várias individualidades, membros do governo, deputados e corpo diplomático acreditado no país, destacando, o embaixador da China, Guo Ce.

A autoestrada deveria ser financiada, inteiramente, pelo governo da China, num montante de trinta milhões de dólares, e as obras deverão durar dois anos.

É preciso saber que, a par da União Europeia, a China, é um dos principais parceiros do desenvolvimento da Guiné-Bissau. Apoiou o povo guineense na luta pela independência. E já construiu várias infra-estruturas, destacando, palácio do governo, palácio da justiça, escolas, hospitais, habitações para os combatentes da liberdade da pátria, estádio de futebol e reabilitação total do palácio da República.

Mas o que conta aqui, para nós, é a história. A visão que nós temos do país tem que ser histórica. As estradas e autoestradas que herdamos do colonialismo português, são históricas. Respeitam a um "momento próprio" do passado do nosso povo. Não é a toa!

Não somos contra a construção da autoestrada Bissau-Safim. 

O que nós queremos acautelar é que para irmos a Mansoa, não precisamos de gastar em energia (combustível) para ir até Aeroporto de Bissalanca. Bastaria seguir por Ondame/Antula, direto, em direção a Mansoa. E, a partir do bairro de Luanda/QG, direto, para Safim/Bula/Canchungo.

Porquê que hoje seguimos as peugadas dos tugas? Somos um Estado livre! As estradas existentes são coloniais, ou seja, consequência da resistência do nosso povo ao colonialismo português. Não podemos continuar a seguir o caminho da formiga, seguido pelos tugas, porque esses caminhos pertencem a um momento da privação da liberdade, da guerra.

Sabemos só que são 14 km, mas não há nenhuma maquete, ou informação que diz qual o objetivo da construção da dita autoestrada. Nada! Para o Norte (Bula/Canchungo) e porquê? Neste direção, pelo que sabemos, não existe nenhum empreendimento de vulto que implique esta decisão! E não sabemos se tem a ver, inclusive, com a construção do aeroporto internacional em Nhacra, ou não!

Para superar as especulações sobre a matéria, os objetivos da construção da autoestrada Bissau-Safim são, completamente, desconhecidos. Realidade, portanto, que implica a transparência da atual governação.