O PERIGO
DA MANIPULAÇÃO DA LEI
Tentar manter um presidente, como o caso do ex-Presidente Umaro Sissoco Embaló, no cargo além do seu mandato sem eleições abre um precedente perigoso. Isso significaria que qualquer presidente poderia simplesmente evitar eleições e permanecer no poder indefinidamente, o que vai contra o espírito democrático da Constituição, e fuga para um sistema político autocrático e ditatorial.
A realização das eleições continua Sine Die, mas desta vez com uma tentativa de manipulação da opinião pública por parte de Sissoco Embaló:
O ex-Presidente da República teve a petulância de comunicar, hoje, mais uma vez - de forma unilateral e extemporaneamente - a data de 23 de novembro, que só a ele e aos seus apoiantes agrada, para a realização das eleições gerais.
É a primeira vez na história da democracia na Guiné-Bissau que a data para as eleições simultâneas foi definida através de uma consulta conjunta com os partidos políticos. No entanto, o ex-Presidente da República, a seu bel-prazer, utilizou um formato de diálogo que, de maneira evidente, não respeitou os princípios democráticos, pois os participantes não tiveram a oportunidade de se manifestar livremente, apresentando suas opiniões, ideias e argumentos.