terça-feira, 24 de junho de 2025

 

BASE MILITAR DA MARINHA VENDIDA PELO REGIME DE ÚMARO SISSOCO EMBALÓ 

Na Guiné-Bissau de Úmaro Sissoco Embaló, os bens do Estado são entregues em bandeja de prata a interesses obscuros, enquanto os direitos dos cidadãos são esmagados pelo silêncio cúmplice das instituições. A mais recente revelação de que as instalações da Marinha de Guerra, situadas numa das áreas mais estratégicas de Bissau, foram vendidas à empresa Santy Comercial — sem concurso público, sem transparência, sem prestação de contas — é apenas a ponta do icebergue de um colosso de corrupção e branqueamento de capitais que domina hoje o país.

Segundo o próprio ex-Presidente da República, a alienação daquelas instalações militares ocorreu em 2014. Mas, ao invés de abrir um inquérito sobre como e por que motivo uma base militar foi vendida sem qualquer debate público ou controlo institucional, Embaló assume agora o negócio como um facto consumado e exige apenas que se "formalize" o acto para "apresentar ao FMI". Eis a concepção de Estado moderno segundo o atual regime: uma terra sem lei, sem soberania, onde a função pública serve de biombo para lavar os lucros do crime transnacional.

O mais chocante é que o beneficiário desta “compra” não é uma entidade empresarial qualquer. A Santy Comercial, hoje omnipresente no sector da construção, dos transportes, do turismo e do retalho em Bissau, é controlada de forma oculta, mas bem conhecida, pela oligarquia da Guiné Equatorial — nomeadamente Teodoro Nguema Obiang Mangue, o célebre “Teodorín”, vice-presidente daquele país e herdeiro do regime ditatorial de seu pai. Conhecido mundialmente pelas suas mansões em Paris, automóveis de luxo e festas milionárias, “Teodorín” é alvo de múltiplos processos judiciais por peculato, corrupção e branqueamento de capitais em várias jurisdições, incluindo França, Estados Unidos, Suíça e Brasil. Hoje, ele é o parceiro estratégico mais influente de Úmaro Sissoco Embaló na pilhagem sistemática do Estado guineense. (…).