BASE MILITAR DA MARINHA VENDIDA PELO REGIME DE ÚMARO SISSOCO EMBALÓ
Na
Guiné-Bissau de Úmaro Sissoco Embaló, os bens do Estado são entregues em
bandeja de prata a interesses obscuros, enquanto os direitos dos cidadãos são
esmagados pelo silêncio cúmplice das instituições. A mais recente revelação de
que as instalações da Marinha
de Guerra, situadas numa das áreas mais estratégicas de Bissau, foram vendidas
à empresa Santy Comercial — sem concurso público, sem transparência, sem
prestação de contas — é apenas a ponta do icebergue de um colosso de
corrupção e branqueamento de capitais que domina hoje o país.
Segundo o próprio ex-Presidente da
República, a alienação daquelas instalações militares ocorreu em 2014. Mas, ao
invés de abrir um inquérito sobre como e por que motivo uma base militar foi
vendida sem qualquer debate público ou controlo institucional, Embaló assume
agora o negócio como um facto consumado e exige apenas que se
"formalize" o acto para "apresentar ao FMI".
Eis a concepção de Estado moderno segundo o atual regime: uma terra sem lei,
sem soberania, onde a função pública serve de biombo para lavar os lucros do
crime transnacional.
O
mais chocante é que o beneficiário desta “compra” não é uma entidade
empresarial qualquer. A Santy Comercial, hoje omnipresente no sector da
construção, dos transportes, do turismo e do retalho em Bissau, é controlada de
forma oculta, mas bem conhecida, pela oligarquia da Guiné Equatorial —
nomeadamente Teodoro Nguema Obiang Mangue, o célebre “Teodorín”, vice-presidente daquele país e
herdeiro do regime ditatorial de seu pai. Conhecido mundialmente pelas suas
mansões em Paris, automóveis de luxo e festas milionárias, “Teodorín” é alvo de
múltiplos processos judiciais por peculato, corrupção e branqueamento de
capitais em várias jurisdições, incluindo França, Estados Unidos, Suíça e Brasil.
Hoje, ele é o parceiro estratégico mais influente de Úmaro Sissoco Embaló na
pilhagem sistemática do Estado guineense. (…).