sexta-feira, 20 de setembro de 2019


Bissau: Sessão parlamentar em hotel, sem deputados do PAIGC

O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, deu ontem início à sessão parlamentar para discutir o programa do Governo, sem os deputados do PAIGC.

Cipriano Cassamá adiou o início da sessão para o final da tarde de quinta-feira (19.09) numa unidade hoteleira de Bissau, devido à falta de condições técnicas e legais no Parlamento nacional por causa da greve dos funcionários da instituição.
A sessão teve início às 19:30 com a presença dos 27 deputados do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), 21 do Partido de Renovação Social (PRS) e três da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), num total de 51 deputados.
O hemiciclo guineense tem 102 deputados. Na sessão não estiveram parlamentares do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Num discurso proferido na abertura da sessão, Cipriano Cassamá salientou que o programa de Governo deve ser "sufragado pelo Parlamento, enquanto órgão de orientação e fiscalização da política nacional".
"Nesta hora queremos aproveitar a oportunidade para apelar ao Governo para uma realidade atroz das nossas finanças públicas", afirmou o presidente do Parlamento, sublinhando que não se combate os "males sociais" sem recursos económicos e financeiros.

Tráfico de droga

O presidente do Parlamento referiu também a apreensão de quase duas toneladas de cocaína e a alegada e "inquietante implicação de altos responsáveis políticos".
"A voz e a ação desta instituição parlamentar deve ser ouvida e verificada, tanto no apuramento da veracidade dos factos como em sindicância das ações políticas e apoios públicos concedidos à nossa polícia de investigação criminal pelo executivo, tal como as eventuais interferências verificadas nos trabalhos de investigação", afirmou.
Segundo Cipriano Cassamá, o crime organizado "deve merecer sempre ações de repúdio e combate da classe política e não contar com a sua promiscuidade, o que torna assim imperativo que se apure o nível de envolvimento dos responsáveis políticos do país e consequente responsabilização política e criminal".
Durante a atual sessão parlamentar, os deputados vão debater também a questão do tráfico de droga no país.
A sessão será retomada segunda-feira (23.09) na Assembleia Nacional Popular.

Fonte: DW/Agência Lusa