terça-feira, 22 de outubro de 2019


ARISTIDES GOMES PEDE REFORÇO DA CONTINGENTE MILITAR DA CEDEAO – ECOMIB


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, pediu esta terça-feira, 22 de Outubro, o reforço da Ecomib, força de interposição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), no país, após ter denunciado uma tentativa de golpe de Estado.
A Ecomib tem de ser reforçada. Não podemos constituir um fator de podridão para a sub-região”, afirmou o primeiro-ministro guineense, em declarações à Lusa por telefone a partir do Senegal.
Aristides Gomes denunciou na segunda-feira à noite, numa publicação na sua página do Facebook, uma tentativa de golpe de Estado para tentar impedir a realização de eleições presidenciais.
Na publicação, o primeiro-ministro revela também que o autor daqueles atos “está devidamente identificado de forma inequívoca e chama-se Umaro Sissoco Embaló”.
Umaro Sissoco Embaló, antigo primeiro-ministro guineense e dirigente do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), é candidato às eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.
Questionado pela Lusa sobre a denúncia que fez na sua página no Facebook, o primeiro-ministro guineense disse que há um áudio e que é um dos elementos que pode “constituir uma prova”.
“A pessoa indicada diz abertamente que devia haver um golpe de Estado e o objetivo devia ser parar com tudo isso”, afirmou Aristides Gomes, salientando que no áudio é ainda pedido para serem criados distúrbios e uma situação para se constatar que não havia condições para a realização de eleições presidenciais.
A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais a 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, marcada para 29 de dezembro.
“A maior parte dos guineenses não quer isto. A rebelião não leva a nada. Há uma desilusão sobre essa via”, salientou Aristides Gomes.
O primeiro-ministro disse que o país tem imensos problemas de desenvolvimentos, retrocessos, mas os problemas não podem ser resolvidos com o “uso da violência”.
“A nossa sociedade não iria seguir essa onda. As pessoas querem tranquilidade, querem que a esperança seja concretizada”, sublinhou.
Aristides Gomes destacou também o papel das forças de defesa e segurança pela demonstração de “fidelidade” e disse que as autoridades estão a fazer um dossiê para ser entregue aos serviços judiciais.
“Não há represálias. O que há é a reposição da ordem constitucional”, disse.
As forças da Ecomib estão na Guiné-Bissau desde 2012 na sequência de um golpe de Estado militar e têm a missão de garantir a segurança e proteção aos titulares de órgãos de soberania guineenses. A Ecomib foi autorizada a 26 de abril de 2012 pela CEDEAO.
O objetivo da força de interposição é promover a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau com base no direito internacional, na carta das Nações Unidas, do tratado da CEDEAO e no protocolo sobre prevenção de conflitos daquela organização.
FONTE: Odemocrata

O MADEM-G15 DENUNCIA: 

O embuste de Golpe de Estado, constitui mais uma tentativa do próprio Governo em desviar as atenções dos guineenses e da comunidade internacional sobre o envolvimento directo de Aristides Gomes no tráfico de droga, uma convicção reforçada agora com o mandato de captura internacional emitida pela justiça guineense contra o colombiano, Jhon Jaime Cano Zambrano, o seu Conselheiro Especial.