COMO
O DSP SE ESCUDOU NA CEDEAO?
O líder
do PAIGC, Domingos Simões Pereira garante que presidenciais não põem em causa
acordo com APU-PDGB
O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, garantiu neste domingo
(06.10) que o acordo de incidência parlamentar assinado com APU-PDGB, que visa
garantir a maioria no Parlamento da Guiné-Bissau está reforçado e sem qualquer
tipo de ameaça que possa condicionar a continuidade do Governo...
Com a assinatura de outro acordo entre a Assembleia do Povo Unido (APU)
e o Partido da Renovação Social (PRS), que é o principal aliado do líder da
oposição MADEM-15, pairam dúvidas em Bissau sobre a continuidade do Governo
suportado pela coligação PAIGC/APU. Dúvidas essas que não existem para Domingos
Simões Pereira ao anunciar que a maioria vai aprovar todos os instrumentos de
governação no Parlamento na próxima semana.
Em entrevista exclusiva à DW África, o antigo primeiro-ministro
guineense sublinha a necessidade de garantir que o próximo Presidente da
República venha criar um quadro favorável à manutenção da estabilidade
governativa e parlamentar para que se cumpra os 4 anos da legislatura. "Se
esses desígnios são importantes para o PAIGC e a APU, então, a possibilidade de
sairmos com um Presidente próximo dessas duas instâncias políticas só pode
reforçar o nosso acordo”, disse.
Acordo é para manter o Governo vivo
Domingos Simões Pereira afirma ainda que recebeu indicações de Nuno
Nabian que o acordo para as presidenciais assinado entre o APU, no Governo, e o
PRS, na oposição, não vai pôr em causa a coligação que neste momento governa a
Guiné-Bissau.
"O Nuno Nabian diz de forma categórica que em nenhuma parte do
Acordo com o PRS, nem na letra e nem no espírito, algo que possa pôr em causa o
acordo de incidência parlamentar com o PAIGC”.
Domingos Simões reuniu-se com a comunidade guineense em Hamburgo
O líder do PAIGC diz que ficou claro no acordo com a APU que cada um terá o seu
candidato nas presidenciais e que o PAIGC, nunca podia deixar de ter um
candidato nas eleições presidenciais para apoiar o da APU. Mas que abriram a
possibilidade de um apoiar o outro em caso de uma segunda volta com candidato
fora do espaço de concertação.
Sobre a aprovação do Programa do Governo pelo Parlamento no próximo dia
15 de outubro, Simões Pereira vincou que está fora de questão a queda do
Governo e anuncia que haverá surpresas nessa sessão.
"A maioria parlamentar que garante a estabilidade governativa já
provou em várias ocasiões ter capacidade de fazer passar as suas decisões. Se
votou a escolha do presidente do Parlamento, se votou a rejeição do primeiro
nome proposto para o segundo vice-presidente da Assembleia, se antes votou a
aprovação de vários outros elementos que constituem a mesa do Parlamento, isso
significa que vai aprovar o novo programa governamental. Várias situações já
foram ultrapassadas pela via da votação. Não há esse medo. Aliás, penso que
está marcada para o dia 15 de outubro, a retoma da sessão parlamentar, e não
tenho dúvidas nenhumas de que ela vai provar que não há nenhum receio... Que
ameaças existem em relação a uma eventual não votação do Programa do Governo?
Nada. Não há nenhuma ameaça. Este Governo resulta de um quadro de exceção sufragado
pela CEDEAO”, afirmou Domingos Simões Pereira (DSP).
DSP responsabilizou o ainda Presidente guineense, José Mário Vaz pela
amputação da Constituição da República depois da realização das eleições
legislativas em março.
"O Presidente da República não percebe que há algo que lhe escapa:
a aplicação da Lei não pode ser subjetiva, não pode ser ele a escolher que
partes da Constituição gosta e as outras não. Portanto, o Presidente da
República ao não aceitar a nomeação do primeiro-ministro que foi proposto pelo
partido vencedor das legislativas, acabou por forçar o quadro de excepção. E
esse quadro significa que de alguma forma amputamos a nossa Constituição,
porque foi necessária recorrer a uma instância internacional para garantir que
temos Presidente, se não, não tínhamos o Presidente. E para garantir que temos
um Governo, que no fundo está a ser um Governo de transição, apesar de ser um
Governo nomeado já depois das eleições legislativas"(…).
Atenção guineenses: o inimigo número 1 (um) do povo da
Guiné-Bissau, neste preciso momento, é o P5 (liderado pela CEDEAO).
Fonte: Bissau On-line, via facebook