AOS EMBAIXADORES HIPÓCRITAS
ACREDITADOS NA GUINÉ-BISSAU
Aviso desde já que as minhas perguntas não serão sobre a pandemia actual, mas, sim, sobre as hipocrisias diplomáticas no nosso país:
2 - Realizaram-se por 4 vezes Apuramento Nacional e todos deram vitória ao
General Umaro Cissoco Embaló. Uma delegação ministerial da CEDEAO, por exemplo, assistiu/participou num deles. Será que têm coragem de afirmar, senhores embaixadores, que não tomaram nota desse facto? Querem mais apuramentos nacional ou querem que vos faça um desenho do meu dedo do meio?
3 - Onde estavam os senhores quando a União Africana e a CPLP felicitam o
povo guineense pela maturidade demonstrada na segunda volta das presidenciais?
4 - Pergunto: onde estavam os senhores embaixadores quando Rafael Branco e Oldemiro Baloi, Chefes das
missões de Observação Eleitoral da União Africana e CPLP falaram em conferência
conjunta onde as duas missões de Observação Eleitoral consideram que a
eleição foi livre e transparente em respeito aos princípios democráticos?
5 - Quando a CEDEAO declarou que a segunda volta das presidenciais na
Guiné-Bissau decorreu num ambiente pacífico, e exortou a conclusão do processo
com justiça e transparência, onde os senhores embaixadores estavam?
6 - Será que os senhores não tiveram acesso ao relatório preliminar da
Observação Eleitoral da CEDEAO, que foi apresentado pelo Chefe da Missão,
Soumeylou Boubéye Maiga, antigo Primeiro-ministro do Mali?
7 - Quando a senhora Silvina Tavares, coordenadora 480 observadores da
Célula de Monitorização Eleitoral da Sociedade Civil da Guiné-Bissau, disse à
DW África, que os pequenos incidentes registados não poderiam pôr em causa a
credibilidade da eleição, onde estavam os senhores embaixadores?
Última pergunta: senhores embaixadores, que glórias coleccionarão com a vossa
participação no jogo de esconde-esconde do exonerado Primeiro-ministro Aristides
Gomes, retirado, furtivamente, da sua própria casa pelo senhor Embaixador da CEDEAO
na Guiné-Bissau, expulso, e entregue ao Embaixador da França na Guiné-Bissau, e como que tudo indica, agora virou parte da panóplia da embaixada do Brasil em
Bissau?