CADOGO
JR. COM AS “MÃOS SUJAS DE SANGUE”?
"A estabilidade da Guiné-Bissau não
passa pelo general Nino Vieira".
Esta
era a frase proferida em 10 de Maio de 2004, por Cadogo Jr., na qualidade de
novo Primeiro-ministro (após a queda do Governo do PRS de Kumba Ialá), na
entrevista telefónica conduzida pelo jornalista do Público, Adelino Gomes.
Recorda-se
ainda de que Nino Vieira estava exilado em Portugal, tencionando já regressar à
terra que o viu nascer, a Guiné-Bissau.
Destacam-se
três principais questões colocadas àquele que seria em Maio de 2004 o futuro
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau:
Público - Vão criar-se condições para a abertura de um
inquérito à morte de Ansumane Mané?
Cadogo Jr. -
Essas são questões de um passado conturbado e tenebroso. Queremos que a Guiné
reencontre os seus valores. A aposta do PAIGC é lançar o país para a via do
desenvolvimento e fazer uma verdadeira reconciliação nacional dos guineenses.
Essa opção passa por pôr uma pedra sobre várias situações que têm sido
expostas, que nós gostaríamos de considerar como passadas.
Público - Agora que o PAIGC regressou ao poder, o
ex-Presidente Nino Vieira vai voltar à Guiné-Bissau?
Cadogo Jr. -
A nossa prioridade é repor as instituições a funcionar, dentro da via da
democracia. Quanto a outras situações, achamos que pertencem ao passado, e nós
queremos pôr uma pedra no passado. Todo o ser humano tem projectos. O que é
fundamental é ver a razoabilidade do projecto. Só ele [Nino Vieira] poderá
responder a essa questão, e não o PAIGC.
Público - Confirma que manteve consultas com Nino Vieira,
quando esteve em Portugal, há cerca de três semanas, para negociar as
contrapartidas que permitissem alcançar um acordo com o PRS?
Cadogo Jr.-
Não tenho nada para negociar com o general Nino Vieira, nem em termos pessoais
nem institucionais. A estabilidade da Guiné-Bissau não passa pelo general Nino
Vieira, passa pelos filhos da Guiné-Bissau que querem a estabilidade e a paz
para o país, e não pelo ex-Presidente que não é a pessoa indicada para promover
a paz no país. A direcção que saiu do último Congresso [de Fevereiro de 2002] é
quem é responsável pela gestão do partido. E até aqui tem dado mostras de
coesão. Enquanto eu permanecer como presidente do partido, a política que
continuarei a traçar será com vista à reconciliação dos guineenses. É evidente
que qualquer dirigente ou ex-dirigente é livre como militante de dar o seu
contributo para recuperar a imagem do partido e do país mas o partido tem uma
direcção própria e é ela que decide.
O jornalista Alison Cabral da Rádio Jovem fez
um artigo no dia 23 de Janeiro 2019 , dando conta de que o líder do Partido da Unidade
Nacional (PUN), sem assento parlamentar, acusou o antigo Primeiro-ministro Carlos
Gomes Jr., de ser responsável político e moral de onda de assassinatos
ocorridos na Guiné-Bissau durante sua governação em 2009. Segundo noticiou o
jornalista, Idrissa Djaló disse que Cadogo Jr., é visto pelos familiares de
dirigentes políticos e militares guineenses de ter “mãos sujas de sangue” na
morte do Ex-presidente “Nino” Vieira, do ex-chefe das Forças Armadas
Tagme Na Waié e dos ex-governantes Hélder Proença, Baciro Dabó e Roberto Cacheu.
O líder do PUN foi ainda mais longe ao argumentar que se o Cadogo Jr., for entregue o poder novamente vamos abrir uma nova
página da instabilidade no nosso país, comparativamente igual a que levou o seu
afastamento do executivo na sequência do golpe de Estado militar de 12 de Abril
de 2012”.
E, tem sido por causa desse
passado conturbado e tenebroso que levou o Doka Internacional a chamar,
insistentemente, a atenção do país e do mundo, para envidar esforços pela paz,
desenvolvimento e sobretudo para não voltar a danificar a imagem do PAIGC e da
Guiné-Bissau, porque agora estamos, também, em condições de afirmar que “A
estabilidade da Guiné-Bissau não passa pelo antigo Primeiro-ministro, Carlos
Gomes Jr.”
KOBA DI DJANFA
SI BU NA KOBAL
KOBAL LARGU!...
Fonte: Doka Internacional