sexta-feira, 28 de junho de 2019

COMPLÔ DA  CPLP CONTRA GUINÉ-BISSAU


Sou um simples guineense que olhava para o Professor Doutor Jorge Miranda como uma figura de grande prestígio académico e com muita admiração. Esta admiração minha vem do facto de ter sido seu aluno na Faculdade de Direito de Lisboa. 

Mas, quando li o seu comentário/parecer sobre a crise política e institucional da Guiné-Bissau, que diz, entre outras incongruências, o seguinte: "Juridicamente ele (José Mário Vaz) já tinha terminado o mandato. [A resolução] dos deputados nem sequer foi um 'impeachment' no sentido norte-americano ou como tem sido também utilizado no Brasil, foi uma declaração simples de que o Presidente tinha terminado as funções", não quis acreditar. Confesso, senhor Professor, que senti uma tremenda vontade de vomito. Mas, ocorreu-me logo pensar que também, os grandes pensadores são susceptíveis de ser influenciados pelos lóbes financeiros. Afinal de contas não se trata de uma questão que mereça uma parecer racional da sua parte. O Professor Miranda é português logo não poderia posicionar-se contra as cores dos grandes lóbes económicos portugueses para a Guiné-Bissau. Por acaso está fora de questão pensar o contrário.

O que mais me admira é que o conceituado Professor Miranda nem quis ponderar sequer  o simples facto de  José Mário Vaz ser ainda detentor da faixa de Presidente da República até às presidenciais marcadas para 24 de Novembro deste ano. 

Conclusão: o Professor Miranda deveria ter a coragem e maturidade que se espera da sua pessoa, para confessar que  fora ocasionalmente contactado para ajudar a CPLP a engendrar uma opinião pública com vista à legitimação do golpe palaciano contra o Presidente da República da Guiné-Bissau, iniciado no dia 27 de Junho, pelo Eng.º Cipriano Cassamá no Parlamento Infantil.