O vice-líder da bancada
parlamentar do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), Abdu Mané (na foto),
afirmou hoje que o governo angolano não tem lição de moral a dar à
Guiné-Bissau.
O deputado reagia assim a posição do governo
angolano que pediu esta quarta-feira (12 de junho de 2019) no Conselho de Paz e
Segurança da União Africana “medidas punitivas” para as pessoas e entidades que
continuem a criar obstáculos à normalização da vida constitucional na
Guiné-Bissau.
Na sua declaração aos jornalistas, Abdu Mané
criticou duro o governo angolano que exige sanções contra os deputados
guineenses. Mané conidera os deputados guineenses legítimos representantes do
povo da Guiné-Bissau, criticando a posição de Angola, onde segundo o deputado,
o núcleo dos direitos fundamentais são sistematicamente vandalizados.
Lamenta ainda a atitude “irresponsável” do
Embaixador de Angola na Guiné-Bissau, que de acordo com o deputado, decidiu
tornar-se em especialista em matéria de Direito Constitucional, falando do fim
do mandato do Presidente da República da Guiné-Bissau.
Recordou que Angola é um país para o qual
guineenses contribuíram para a sua independência. Por isso, sustenta que não
tem lição de moral a dar à Guiné-Bissau no âmbito da democracia e dos direitos
humanos, não havendo amnésia política.
“Quem não se recorda da realização da primeira
volta das eleições ds 1992 que foi interrompida com a chacina política de
Salupeto Pena e do General Ben Ben, pelo Giverno angolano cuja segunda volta
veio a realizar-se 30 anos depois”, lembrou.
Sobre o governo português, disse que não se
estranha a atitude das autoridades daquele país europeu que, segundo ele, “em
tempos condecorrou com Medalha de Mérito, o Chefe de uma rebelião “A Junta
Militar”, no dia 22 de Agosto de 1999, em São João da Barra, que derrubou um
Presidente democraticamente eleito, pondo em crise o nosso sistema
democrático”.
Assegurou neste particular que a sua bancada
parlamentar apela às autoridades portuguesas e angolanas a abasteserem-se de
ingerências nos assuntos internos do país e que respeitem a siberania, as leis
e as instituições da República da Guiné-Bissau.
Por: Assana Sambú
Fonte: Odemocrata