Caros compatriotas,
Esta crise política de há 4
anos atingiu hoje o absurdo. A situação já atingiu o ponto vermelho (muito grave). Os líderes dos partidos políticos ditos
democráticos (PAIGC, APU-PDGB, PUN e UN), seduzidos pelo canto da seara,
presenteados pelos Fundos Abutres que gerem mercados financeiros mundiais,
chupando os Estados até ao tutano tiveram ontem, dia 25 de Junho, o
descaramento de defender e apoiar a
tese de que “o Poder deveria estar na Rua”, com a intenção clara de esfrangalhar ainda
mais as instituições guardiãs da sociedade, gerando, desta forma, um atoleiro de
consequências imprevisíveis para chegar o poder que por vias eleitorais não
conseguiriam.
Afirmou ontem Domingos Simões Pereira
que “O PAIGC não abdica nem renuncia à
vitória conquistada nas urnas no dia 10 de março e irá formar um Governo com os
parceiros da sua maioria parlamentar”, salientando
que vai “utilizar todos os recursos que dispõe para exigir a responsabilização
dos que obstaculizam o respeito da ordem democrática”.
Pergunto: todas estas "má-criações" do líder do PAIGC destinam-se, simplesmente, para entreter as tensões políticas emergentes no seio do seu partido, tendo em conta a indicação do nome do Dr. Aristides Gomes para o cargo de Primeiro-ministro?
Pergunto: todas estas "má-criações" do líder do PAIGC destinam-se, simplesmente, para entreter as tensões políticas emergentes no seio do seu partido, tendo em conta a indicação do nome do Dr. Aristides Gomes para o cargo de Primeiro-ministro?
NÓS JURAMOS DEFENDER A NOSSA CONSTITUIÇÃO.
ATENÇÃO AO ARTIGO 62°
1 - O Presidente da
República é o Chefe do Estado, símbolo da unidade, garante da independência
nacional e da Constituição e Comandante Supremo das Forças Armadas.
2 - O Presidente da
República representa a República da Guiné-Bissau.
ALGUNS ESCLARECIMENTOS POLÍTICOS CONSTITUCIONAIS
DW África colocou ao constitucionalista
guineense, Dr. Carlos Vamain, a seguinte pergunta: O Presidente José Mário Vaz
deveria ter marcado as eleições presidenciais três meses antes de ter terminado
o seu mandato. Não o tendo feito, e tendo terminado o seu mandato no passado
domingo (23.06), ele é um Presidente ilegal ou não?
Dr. Carlos Vamain |
Resposta do Dr. Carlos Vamain:
“ Não é um Presidente ilegal. Noventa dias
significa que não é obrigatoriedade do Presidente marcar, mas que qualquer tipo
de eleições tem de ser marcada com 90 dias de antecedência para que haja a
preparação devida para o pleito eleitoral. Portanto, não é uma obrigatoriedade
de dizer que há um prazo, são 90 dias. Agora, ele marcou as eleições. Ele é o
Presidente eleito, é Presidente da República e não pode passar, de um momento
para o outro, a ser Presidente da República interino. Isso não existe na lei.
Portanto, estamos em Direito Público e em Direito Público não se presumem direitos nem obrigações por causa do princípio da legalidade dos atos do Estado. Estamos numa situação perfeitamente normal. Há só um problema de interesses políticos inconfessos de ambas as partes, há jogadas políticas incríveis, com eventualmente interferências externas que complicam mais do que solucionam os problemas da Guiné-Bissau.
Portanto, estamos em Direito Público e em Direito Público não se presumem direitos nem obrigações por causa do princípio da legalidade dos atos do Estado. Estamos numa situação perfeitamente normal. Há só um problema de interesses políticos inconfessos de ambas as partes, há jogadas políticas incríveis, com eventualmente interferências externas que complicam mais do que solucionam os problemas da Guiné-Bissau.
Não há mandato expirado. Havendo mandato
expirado ele teria que sair. Mas não há um mandato expirado nos termos da lei
que acabei de citar: o artigo terceiro da lei eleitoral para Presidente da
República. Está lá claro que todas as eleições presidenciais ou legislativas
que não decorrerem da dissolução do Parlamento ou da vacatura, há prazos para a
realização de eleições, correspondente ao termo da legislatura e do mandato
presidencial. Portanto, o Presidente mantém-se em funções até à eleição e
investidura do novo Presidente da República. Agora, há a questão das
incompatibilidades que vivemos na Guiné-Bissau e sabemos da existência de
problemas entre as duas personalidades [José Mário Vaz e Domingos Simões
Pereira]. É claro que se pode dizer que uma coisa não tem nada a ver com a
outra, mas há um problema que é certo: as relações entre pessoas podem
interferir, e de que maneira, no normal funcionamento das instituições.”