Sua Excelência Senhor Presidente da República, José Mário Vaz, desabafou
à chegada, no sábado, da Cimeira de Chefes de Estado e de governo em Abuja/Nigéria,
dizendo:
"Nós, em vez de nos sentarmos na nossa casa e
discutirmos como irmãos para encontrar soluções para os problemas que temos e
resolvê-los internamente, preferimos entregar os problemas a outras pessoas.
Isso coloca-nos numa má posição. Perdemos o respeito dos outros e perdemos
outras coisas que nem imaginamos”.
De
facto, esta constatação política de Sua Excelência Senhor Presidente da República sobre
o comportamento político indesejável praticado por certos líderes políticos da
nossa praça, é triste e lamentável.
A
história recente mostrou-nos de que as disputas políticas internas, contavam, basicamente, com dois expedientes:
interno e externo. Os expedientes estavam à mercê dos adversários políticos para
se chegar ao poder. O interno visava a resolução da discórdia política por via militar
enquanto a externa por via de angariação de apoios político-diplomático.
Com
abolição, portanto, da solução do problema por via da força das armas, ficou a sobrar,
como é óbvio, e para o benefício, muitas vezes, de interesses estranhos, o expediente
político-diplomático. Subterfúgio, geralmente, utilizado mais por actores políticos com parcos apoios populares internos. Não é por acaso que se vêem políticos nas condições que acabamos de referir adoptam, internamente, comportamentos indesejáveis, desobedientes e agressivos.
Daí, na minha humilde opinião, e tendo em conta ao facto da nossa pátria
amada (liberdade e independência) ter sido conquistada com sangue, suor e
lágrimas dos seus próprios filhos, deveria-se voltar a legislar contra o crime de Traição
à Pátria, como um dos limites para aqueles que, por meio de usurpação
ou abuso de funções de soberania:
a)
Tentar separar da nossa Pátria-Amada ou entregar a país estrangeiro ou submeter
à soberania estrangeira todo o território guineense ou parte dele;
b)
Ofender ou puser em perigo a independência do País;
seja punido com pena máxima.