SITUAÇÃO CRÍTICA EM
TRIPOLI/lÍBIA:
Confrontos entre
milícias e exército nacional ameaçam estabilidade no país
Nações Unidas, países do
G7 e Human Rights Watch apelaram já à suspensão dos movimentos militares em
Trípoli. ONU garante que conversações entre as partes com vista à paz no país,
agendadas para 14 de abril, se mantêm.
O exército nacional líbio (ANL) do marechal Khalifa Haftar, que
controla o leste do país, denunciou, este sábado (06.04), o raide
aéreo sofrido pelas suas forças, a cerca de cinquenta quilómetros da capital de
Trípoli, sobre a qual lançou um ataque. "Nós denunciamos firmemente o
raide aéreo na região de Al-Aziziya" efetuado por um avião que descolou de
Misrata (oeste), disseram os serviços de comunicação do exército nacional
líbio.
Na quinta-feira
(04.04), as forças leais ao marechal Haftar lançaram uma ofensiva para tomar a
capital líbia, onde as forças do GNA liderado pelo seu principal rival, Fayez
al-Sarraj, ordenou aos seus militares que os repelissem. De acordo com a
ANL foram alvejados civis no raide aéreo, embora não tenha relatado
baixas.
Estes são os primeiros
combates significativos entre as duas partes desde a instalação do Governo de
União Nacional na capital líbia, no final de março de 2016.
Comunidade internacional
preocupada
Em Dinard, França, os
ministros dos Negócios Estrangeiros dos sete países mais industrializados do
mundo (G7) apelaram à cessação "imediata" de "todos os
movimentos militares em direção a Tripoli". Este sábado (06.04), Heiko
Maas, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, e porta-voz do G7, disse
que o grupo está de acordo em "usar todas as possibilidades à sua
disposição para pressionar os responsáveis pelo conflito, especialmente o
General Haftar, para evitar mais uma escalada militar".
Esta sexta-feira
(05.04), naquele que foi o último dia da sua visita ao país, o secretário-geral
das Nações Unidas, António Guterres, disse, no aeroporto, que deixava a Líbia
com "o coração pesado e uma profunda preocupação".
Guterres, que chegou
ao país esta quarta-feira (03.04), foi apanhado de surpresa pela tensão
entre as milícias e o exército nacional. Uma vez que, no dia seguinte à sua
chegada, o marechal Khalifa Haftar, homem forte da fação que controla o leste
da Líbia e que disputa o poder do país, ordenou às suas forças do exército
nacional que avançassem em direção a Trípoli. No dia seguinte, o
secretário-geral da ONU reuniu-se, em Bengazi, com Khalifa Haftar numa
tentativa de evitar este avanço.
Também o Conselho de Segurança da ONU pediu a suspensão dos movimentos
militares das forças do comandante Khalifa Haftar, lembrando que "não pode
haver solução militar para o conflito" e que vai "exigir
responsabilização por mais conflitos".
(…)
LANÇAMOS, POR ISSO, ESTE VIBRANTE APELO, E EM ESPECIAL, AO GEN. UMARO CISSOKO NO SENTIDO DE USAR A SUA MAGISTRATURA DE INFLUENCIA PARA LIBERTAÇÃO DOS NOSSOS CONCIDADÃOS PERDIDOS NAS TERRAS LÍBIAS.