quarta-feira, 3 de abril de 2019


SOBRE A MAIORIA RELATIVA DO PAIGC

Compatriotas e amigos da Guiné-Bissau, tivemos ocasião de acompanhar algumas reflexões vindas de todos os quadrantes nestes últimos dias a propósito dos resultados eleitorais, mas nenhuma delas parece ter conseguido abordar o facto do processo eleitoral em si, a começar desde o recenseamento eleitoral até à votação, ter sido controlado pelo PAIGC. E que, mesmo assim, os libertadores, ficaram aquém da maioria absoluta. O PAIGC desceu drasticamente e foi obrigado a recorrer ao acordo de incidência parlamentar com os pequenos partidos (caso do APU-PDGB).

Perante este cenário político eleitoral, e para que não volte a repetir-se no futuro as barbaridades cometidas pelo antigo Presidente da Assembleia Nacional Popular, Eng. Cipriano Cassamá, que durante uma legislatura inteira conseguiu bloquear o hemiciclo por tempo indeterminado, alguns politólogos chegaram a brilhante conclusão de que só a “amizade” entre o PAIGC e o APU-PDGB não será bastante para caucionar a estabilidade governativa durante uma legislatura. A próxima governação poderá mesmo, a conta da irracionalidade política, transformar-se em “nado-morto”, como as anteriores.

Por isso, a opinião que corre neste preciso momento é de que o futuro Primeiro-ministro - que será, todavia, do partido mais votado, o PAIGC - deixe de “armar-se em parvo” e reconheça que sinais mais do que evidentes dados pelo veredicto popular revelam que o eleitorado não deu “carta-branca” a nenhum partido proponente para governar sozinho, sem o necessário recurso a paliativo acordo de incidência parlamentar. Ou seja, o país saúda, neste momento, com entusiasmo e de forma ruidosa a promoção de um governo de consenso entre os quatro partidos mais votados nas legislativas de 10 de Março passado, como forma de compromisso para estabilidade governativa da próxima legislatura. Consta, inclusivamente, que algumas organizações da sub-região comungam da mesma opinião.

MOFINU LARGAN BU BAI...