SOBRE
A MAIORIA RELATIVA DO PAIGC
Compatriotas e amigos da Guiné-Bissau, tivemos
ocasião de acompanhar algumas reflexões vindas de todos os quadrantes nestes
últimos dias a propósito dos resultados eleitorais, mas nenhuma delas parece
ter conseguido abordar o facto do processo eleitoral em si, a começar desde o recenseamento
eleitoral até à votação, ter sido controlado pelo PAIGC. E que, mesmo assim, os
libertadores, ficaram aquém da maioria absoluta. O PAIGC desceu drasticamente e
foi obrigado a recorrer ao acordo de incidência parlamentar com os pequenos
partidos (caso do APU-PDGB).
Perante este cenário político eleitoral, e para que
não volte a repetir-se no futuro as barbaridades cometidas pelo antigo
Presidente da Assembleia Nacional Popular, Eng. Cipriano Cassamá, que durante
uma legislatura inteira conseguiu bloquear o hemiciclo por tempo indeterminado,
alguns politólogos chegaram a brilhante conclusão de que só a “amizade” entre o
PAIGC e o APU-PDGB não será bastante para caucionar a estabilidade governativa
durante uma legislatura. A próxima governação poderá mesmo, a conta da irracionalidade política, transformar-se em “nado-morto”,
como as anteriores.
Por isso, a opinião que corre neste preciso momento
é de que o futuro Primeiro-ministro - que será, todavia, do partido mais
votado, o PAIGC - deixe de “armar-se em parvo” e reconheça que sinais mais do
que evidentes dados pelo veredicto popular revelam que o eleitorado não deu “carta-branca”
a nenhum partido proponente para governar sozinho, sem o necessário recurso a paliativo acordo de incidência parlamentar. Ou seja, o país saúda, neste
momento, com entusiasmo e de forma ruidosa a promoção de um governo de consenso
entre os quatro partidos mais votados nas legislativas de 10 de Março passado,
como forma de compromisso para estabilidade governativa da próxima legislatura. Consta, inclusivamente, que algumas organizações da sub-região comungam da mesma opinião.
MOFINU LARGAN BU BAI...