COMUNICADO FINAL DA
CONFERÊNCIA
DE CHEFES DE ESTADO DA CEDEAO
A
Sexagésima-oitava Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de
Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) foi
realizada a 14 de dezembro de 2025, em Abuja, República Federal da Nigéria, sob
a presidência de Sua Excelência Julius Maada Bio, Presidente da República da
Serra Leoa e Presidente em exercício da Conferência.
RELATIVAMENTE AO ESTADO DA
DEMOCRACIA, PAZ E SEGURANÇA NA REGIÃO:
29.A Conferência condena veementemente o recente golpe de Estado que interrompeu o processo eleitoral na Guiné-Bissau, subverteu a vontade do eleitorado e perturbou a ordem constitucional.
Nota: a partir deste ponto, a visão da
CEDEAO é de que o processo eleitoral de 23 de novembro ficou no Pretérito? Porque diz ele que o recente golpe de Estado interrompeu o processo
eleitoral na Guiné-Bissau. Não exigiu a sua conclusão. Caberá, pois, a parte guineense
saber defender o voto popular investido.
Relativamente ao estado da
Democracia e Situação Política na região
38.Sobre a Guiné-Bissau, a Conferência
reitera as decisões tomadas na Sessão Extraordinária do Conselho de Mediação e
Segurança (CMS) ao nível dos Chefes de Estado e de Governo, realizada em modo
virtual a 27 de novembro de 2025. Regista também que as eleições realizadas a
23 de novembro de 2025 foram relatadas como livres, transparentes e pacíficas
pela Missão de Observação Eleitoral da CEDEAO (MOE), bem como por outras
missões internacionais de observação, incluindo a União Africana (UA) e a
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A Conferência rejeita
categoricamente o “programa de transição” recentemente anunciado pelas
autoridades da Guiné-Bissau.
39.Neste
sentido, a Conferência apela para:
a)
a libertação imediata de todos os políticos detidos e a sua participação em
todos os processos políticos na Guiné-Bissau;
b)
a instauração de uma
transição breve, liderada por um governo inclusivo que reflita o espectro
político e a sociedade da Guiné-Bissau. com o mandato mandato de realizar
reformas constitucionais, legais e políticas, bem como organizar eleições
credíveis, transparentes e inclusivas.
Nota: nesta alínea, a CEDEAO propõe um novo tipo de governo para Guiné-Bissau que não seja militar, previu mandato breve, com atribuições, inclusive, de organizar eleições. Caberá, então, a Guiné-Bissau, rebater com firmeza e inteligência a liderança desse novo Governo. De notar ainda que em nenhum ponto a CEDEAO conjeturou sobre Presidente da República, que, para nós, é um facto consumado.
40.A
Conferência autoriza a Missão da CEDEAO na Guiné-Bissau a fornecer proteção a
todos os líderes políticos e às Instituições Nacionais da Guiné-Bissau.
41.Assim, a Conferência instrui a Comissão a
acompanhar o processo de transição, nomeadamente através do reforço da capacidade
da Missão de Apoio à Estabilização da CEDEAO na Guiné-Bissau. A Conferência
exorta, ainda, o Presidente da Comissão a liderar outra Missão de Alto Nível à
Guiné-Bissau, para um maior engajamento com as autoridades da Guiné-Bissau. A
Conferência determina igualmente o envio imediato de uma delegação do Comité de
Chefes de Estado-Maior (CCEM) para dialogar com as autoridades militares. Caso
a exigência de instauração de uma transição breve, liderada por um governo
inclusivo, não seja cumprida, a Conferência imporá sanções especificas a todos
os indivíduos ou grupos de pessoas que obstruam o retorno à ordem
constitucional por meio de um processo inclusivo. A Conferência apela à União
Africana e a outros parceiros internacionais para apoiar a CEDEAO nesta
matéria.
Viva o Presidente da República, Dr. Fernando Dias da Costa!