TRAPALHADA DE HORTA
INTA-A
A
conferência de imprensa apresentada hoje, dia 19 de dezembro, pelo Comando
Militar da milícia de Sissoco, demonstra claramente até que ponto estes homens
se deixaram manipular. É muito grave o que saiu da boca do chamado Presidente
de Transição, o Major General Horta Inta-A.
A
postura que se espera de um "militar republicano", ainda que membro da sociedade,
é a de não fazer nem expressar posições políticas.
1
- Horta Inta-A começa por hostilizar o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira que se encontra detido,
sem nunca o mencionar diretamente, afirmando que “todos sabemos quem é o fator
de bloqueio na nossa terra”. Com isso, insinua que o apoio de DSP ou do
PAI-Terra Ranka – impedidos de candidatar às eleições, tanto presidenciais como
legislativas - à candidatura do Dr. Fernando Dias da Costa representava uma
instrumentalização e divisão dos balantas, entre norte e sul. Afinal, apenas Sissoco Embaló podia armar batalhões de milícias
balantas para o defender no Palácio da República? Tenham juízo, senhores!
2 – Horta Inta-A comparou este fingido e encomendado golpe de Estado por Sissoco Embaló, com os anteriores, inclusive o ocorrido em 1980, que derrubou o então Presidente da República, Luís Cabral, afirmando que nesse dia não houve mortes ou disparos, etc. Tal afirmação não corresponde à verdade, porque o povo, melhor que Horta Inta-A, sabe quando os golpes de Estado são verdadeiros ou falsos.
O senhor Major General Horta-Inta-A, enquanto Chefe de Estado-Maior do Exército, quantas vezes foi visto na comitiva eleitoral do candidato Sissoco Embaló, pelas regiões? Permita-me que lhe diga que isso é mais uma prova de que o senhor é um "Major General" por conveniências políticas, e não de carreira, como alguma vez o Coronel Júlio Na Quidanque, que tentava prender, lhe disse na sua cara.
3 – Por último, e talvez a mais grave afirmação foi quando disse que as eleições na Guiné-Bissau não são solução para os nossos problemas, sem, contudo, avançar qualquer contraproposta. O que é que o senhor Horta Inta-A sabe em matéria de "Representação Política"? Nada!
A questão que permanece em silêncio é saber do Comando Militar de Sissoco, se defende
a representação política através do sangue — uma espécie de monarquia — ou,
então, terá que responder um dia, por que razão, as Forças Armadas nunca tomaram o poder em situações críticas, sobretudo, em 2019/2020, a quando do imbróglio eleitoral entre Sissoco Embaló e Domingos Simões Pereira,
motivado pela contestação dos resultados eleitorais no Supremo Tribunal de
Justiça? O senhor "Major General", na sua conferência de imprensa, só estava a tentar vender gato por lebre. Ou o senhor pensava que estava na missa, numa igreja?
Com que argumento explica Horta Inta-A a confiscação, pela força das armas, da vontade popular expressa nas urnas? Com que provas palpáveis poderá o Presidente de Transição (Horta Inta-A) explicar o que referiu de "perigo iminente de Guerra civil" na Guiné-Bissau? Em que sentido a publicação dos resultados pela CNE poderia provocar guerra civil na Guiné-Bissau, porque Sissoco Embaló iria deixar o poder que ocupava desde 2020? Só poderia ser isso, coisa que nem Nino Vieira faria, politicamente!
Horta Inta-A, informo hoje V. Ex.ª de que, antes de lhe instigar para o dito golpe, por intermédio do Dr. José Mário Vaz (JOMAV), o seu padrinho,
Sissoco, apresentou felicitações e solicitou proteção ao candidato vencedor das
eleições presidenciais, Dr. Fernando Dias da Costa, o qual o tranquilizou,
prometendo assegurar a proteção dele e da sua família.
Horta Inta-A deveria, também, ter a hombridade de explicar ao povo, por que razão o Comando Militar nomeou o Diretor de Campanha do candidato Sissoco Embaló, Ilídio Vieira Té que estava sentadinho na sua direita, como Primeiro-ministro e ao mesmo tempo, Ministro das Finanças?
O senhor Horta Inta-A ao assumir este pesado fardo acabou-se de transformar, juntamente com o seu padrinho fugitivo, numa monumental vergonha histórica nacional e internacional!