RECONHECIMENTO OU DESCONFIANÇA?
O
levantamento criminoso do chamado “Comando Militar” e a consequente confiscação
da vontade popular, expressa nas urnas no dia 26 de Novembro, véspera da
divulgação dos resultados eleitorais provisórios pela CNE, vaticinam o prelúdio
de uma era de instabilidade política interna e regional.
Por
essa razão, as sociedades e os Estados de direito democráticos, vizinhos de um
Estado pária como a Guiné-Bissau, neste momento, veem-se obrigados a adoptar geoestratégias susceptíveis de
afectar o planeamento político e militar dos seus países. A República do Senegal terá entrado
em alerta vermelho, a partir de 26 de Novembro.
Assim, a visita dos Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa do Senegal a Guiné-Bissau, não deve ser encarada como um "cadeau" ou reconhecimento do Comando de Milícias de Sissoco, mas antes como um acto preventivo, visando a segurança, a estabilidade do território e a protecção do povo senegalês. A delegação, em si, manifestou disponibilidade para acompanhar processo de transição na Guiné-Bissau.
ATENÇÃO:
O Comando Criminoso de Milícias de Sissoco alimenta-se, sem pudor, do dinheiro oriundo do tráfico de droga e, num exercício supremo de hipocrisia, arroga-se depois o direito de proclamar que não entregará a Guiné-Bissau a “bandidos e traficantes”. Tal discurso, vazio de legitimidade moral, não passa de uma farsa trágica. Ao persistirem nesse caminho, não fazem mais do que cavar, com as próprias mãos, a vossa sepultura — selando, inexoravelmente, o vosso repouso eterno.
Ou o Comando da Milícia de Sissoco não é filho do avião com cinco milhões de euros apreendidos em Lisboa num voo de Estado, e de tantos outros aterrados, antes, no aeroporto Osvaldo Vieira!?