quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

FEMINICIDIO LARES, GAIOLAS, CASAMENTOS E HONRA...

É de todas as formas repudiáveis usarmos a traição como argumento diante de um crime bárbaro como tirar a vida, isso funciona como incentivo e promoção gratuita de violência, é como colocar o poder da vida e da morte na mão dos homens.

Há cada vez mais mulheres com medo de falar que já não sente nada pelo parceiro, com medo de terminar um relacionamento, devido ao ambiente de violência que os relacionamentos em si criam a volta da mulher, é preciso também olharmos mulheres como pessoas e não instrumentos cuja vida acaba com um casamento, ou como se casamentos são favores feitos a mulheres e que sua maior aspiração de vida é um lar e um marido.

Esta é a razão que depois de casadas muitas mulheres sofrem em silêncio em seus "lares" sofrem com infidelidade, sofrem diversos males, porque na maior parte das vezes homens seguem suas vidas e suas liberdades, e ser casado na maior parte das vezes é apenas uma questão de status social e não um compromisso de vida.

Milhares de mulheres vivem em lares que se transformam em gaiolas, onde sua sexualidade depende da "boa vontade" do parceiro, mulheres estão igualmente cientes que nunca receberão apoio da família para se separar, para muitas famílias "filha casada" é uma questão de honra familiar.

Então todo sofrimento da mulher será incentivado porque filhas divorciadas são "outras vergonhas" então a mulher sofre, é como se não tivesse saídas, falo disso porque oiço muitas histórias assim de mulheres que são até incentivadas a entender a vida boémia do suposto marido.

Os filhos fora do casamento e a engolir em seco as traições e casos extra - conjugais para defender o lar, os filhos e o casamento, porém o que é o lar? Um cárcere? O que é o casamento? Uma gaiola de imolação?

Depois nos despimos da arrogância de "ser macho",e descobrimos que a traição é humana e na verdade uma consequência, de uma causa chamada privilégio masculino que é sustentada por uma falsa narrativa de honra que legítima o crime, o Feminicidio...

Olhando outras nuances da violência contra mulheres.

Por: Isidro Fortunato