quinta-feira, 26 de novembro de 2015

DIRIGENTES SUSPENSOS DO PAIGC AMEANÇAM APRESENTAR QUEIXAS-CRIME CONTRA DOMINGOS SIMÕES PEREIRA

Imagem do Sede nacional do PAIGC
O porta-voz do grupo dos dirigentes expulso e suspendidos pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Respício Marcelino Silva afirmou ontem, 25 de novembro, que “vão apresentar queixas-crime contra o Conselho Nacional de Jurisdição e o Presidente do Partido por flagrantes violações da Constituição da República e dos Estatutos do partido, reservando-se ainda o direito de proceder a eventuais outras queixas-crime, junto dos Tribunais”.
 
A intenção deste coletivo de dirigentes, foi comunicado num encontro de manifestação de apoio e solidariedade promovido por alguns militantes e dirigentes do partido libertador, realizado em Bissau.
 
O grupo, através de comunicado lido na voz de Respício Marcelino Silva, acusa ainda Simões Pereira de enveredar-se pelo caminho “de caça às bruxas, da tentativa de eliminação política dos seus adversários, e do medo da alternância na liderança do PAIGC, preferindo provocar um caos político interno”.
 
No comunicado, os dirigentes suspensos acusam ainda o órgão de jurisdição do PAIGC de inoperância, parcialidade e tratamento discriminatório dos processos e dos pedidos de instauração de processos disciplinares.
 
“O Conselho Nacional de Jurisdição deveria preocupar-se de instruir um processo de averiguação da informação dada na reunião do Bureau Político e do Comité Central do partido, na qual consta que Domingos Simões Pereira, teria desviado mais de um bilhão de francos CFA (1,5 milhão de euros) doados por parceiros e amigos para o apoio da campanha eleitoral”, revela.
 
Este dirigente adiantou ainda que as deliberações do Conselho Nacional de Jurisdição do PAIGC, tratam-se de decisões encomendadas pelo presidente do partido.

“Conselho Nacional de Jurisdição, órgão independente, à luz dos estatutos, é na verdade um órgão completamente dependente do Presidente do Partido, na medida em que, foi ele quem deu emprego a maior parte dos seus membros outrora desempregados, nomeadamente, Luís Silva de Melo, Assessor para a Defesa e Segurança, onde recebeu como prenda as chaves de uma nova casa – ex-residência da cooperação francesa, Admir Pamplona Fernandes, foi recompensado na nomeação da sua esposa como Ministra da Justiça e Djamila Gomes, redactora activa do blogue “Progresso Nacional” empregado como administradora do sector de Bafatá”, denunciou o porta-voz.
 
“Como ė que podem falar da independência ou imparcialidade na tomada desta decisão de expulsar e suspender camaradas que, junto com Aristides Gomes em 2000, levaram Domingos Simões Pereira, que acabara de deixar o Partido da Convergência Democrática (PCD) – seu anterior partido, para ser militante na região de Biombo e vir, pela primeira vez, participar no congresso do PAIGC realizado na UDIB”, lembrou.
 
Recorda-se que no passado dia 16 de Novembro em curso, o Conselho Nacional de Jurisdição do PAIGC, decidiu através de um Acórdão, expulsar da sua fileira, Baciro Dja, seu terceira vice-presidente, e suspender Aristides Ocante da Silva, Rui Diầ de Sousa e Respício Marcelino Silva, dirigentes e membros do Bureau Político, por desrespeito aos estatutos do partido tendo respectivamente chefiado e integrado o governo liderado pelo Baciro Dja, não reconhecido pela direção do partido.
 
Por: Aguinaldo Ampa