A maioria dos países africanos que hoje são considerados de baixo rendimento será de rendimento médio dentro de 15 anos, e todos menos um serão de rendimento médio em 2050. A informação é do Relatório de Previsões e Tendências Anuais (ATOR), elaborado pelo Sistema de Apoio Regional às Análises Estratégicas e ao Conhecimento, (RSAKSS), um programa do Instituto Internacional para a Pesquisa de Políticas Alimentares (IFPRI).
O documento, citado pelo portal New Business Ethiopia, examina as tendências atuais e futuras que possam vir a moldar a trajetória das economias africanas. Conclui que as grandes lacunas em termos infraestruturais, as alterações climáticas, a “alta velocidade” da urbanização e a população jovem e em rápido crescimento irão influenciar o futuro ritmo de crescimento em África.
Sendo a segunda região que mais rapidamente cresce no mundo, África tem sido palco de um robusto crescimento económico nos últimos anos. No entanto, o progresso não tem sido suficiente para compensar as décadas perdidas de estagnação económica que antecederam a recuperação recente. E, em segundo lugar, os benefícios desse crescimento não alcançaram a população em geral. Hoje, muitas pessoas vivem ainda em situação de pobreza e de escassez alimentar.
«O recente desempenho do crescimento é encorajador, mas os países africanos ainda enfrentam grandes desafios em termos de redução da pobreza e de erradicação da fome e da desnutrição», refere Ousmane Badiane, diretor do IFPRI para a África. «Este relatório mostra que os formuladores de políticas precisam de continuar a refiná-las, a melhorar as instituições e a aumentar os investimentos para sustentar e acelerar o ritmo de crescimento. A inclusão, a amplitude e os resultados das decisões tomadas podem equivaler à diferença entre a pobreza persistente e um futuro de partilha de prosperidade para muitas das populações mais vulneráveis da África.»
«Tal como previsto no âmbito da Declaração de Malabo da União Africana, para transformar as economias do continente será necessário assegurar que o crescimento futuro terá uma base ampla e inclusiva, especialmente composta por mulheres e jovens. Esse é um elemento crítico da “África que Queremos”, conforme descrita na Agenda África 2063», acrescenta Tumusiime Rhoda Peace, Comissária para a Economia Rural e a Agricultura da Comissão da União Africana. «Este é um caminho seguro para se criar riqueza e para se gerar empregos», assegura. Fonte: Aqui