segunda-feira, 1 de outubro de 2018

JUSTIÇA: LAURENT GBAGBO E CHARLES BLÉ GOUDÉ PEDEM LIBERDADE

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Os advogados de Laurent Gbagbo, antigo Presidente da Costa do Marfim, e Charles Blé Goudé, ex-ministro marfinense, pediram nesta segunda-feira ao Tribunal Penal Internacional na Haia que os seus clientes sejam libertados.

Mais de dois anos após o início dos julgamentos de Laurent Gbagbo e de Charles Blé Goudé, a defesa dos dois arguidos pede a libertação dos dois indivíduos. E isto alegando que as provas apresentadas pelo Procurador não são suficientes para manter os dois homens em detenção, nem para prosseguir com os julgamentos.

O pedido dos advogados dos dois políticos marfinenses foi feito nesta segunda-feira, em que o processo voltou a abrir por cinco dias.
Recorde-se que Laurent Gbagbo, primeiro chefe de Estado a ser entregue ao TPI, contesta o julgamento por crimes contra a humanidade cometidos entre 2010 e 2011, quando se recusou a aceitar a derrota eleitoral.

O antigo presidente, agora com 73 anos, juntamente com Charles Blé Goudé, ex-líder do Movimento dos Jovens Patriotas, são acusados de quatro crimes contra a humanidade: homicídios, violações, perseguições e actos desumanos.



Entre dezembro de 2010 e abril de 2011 na sequência das eleições presidenciais, que deram a vitória a Alassane Ouattara, a violência que se instalou no país resultou em pelo menos 3 mil mortes em cinco meses, segundo a ONU.

O julgamento, cuja duração devia ser de três ou quatro anos, começou a 28 de janeiro de 2016, cinco anos depois de os dois acusados terem sido entregues ao TPI.

Para os especialistas, apesar do pedido dos advogados de Laurent Gbagbo, nenhuma decisão deverá ser tomada pelos juízes, e deverá apenas acontecer dentro de vários meses. Há três hipóteses em cima da mesa: a libertação total, a acusação ficar como até agora, ou a acusação ser parcial, contemplando menos actos dos quais poderão ser julgados.

Ouça aqui a Crónica sobre a Costa do Marfim.
 
 Fonte: RFI