Cerca de 40 pessoas, entre as quais jornalistas, foram detidas pela polícia durante uma manifestação em Argel contra um quarto mandato do Presidente Abdelaziz Bouteflika.
Desde que as autoridades anunciaram, no dia 22 de fevereiro, a candidatura de Bouteflika, 77 anos e 15 de poder, às presidenciais de 17 de abril, as manifestações têm-se multiplicado no país.
“Viva a Argélia”, “Argélia livre e democrática”, gritavam os manifestantes, sobretudo jovens, diante da faculdade de Argel, no centro da cidade, segundo um jornalista da agência France Presse.
O jornalista da AFP viu cerca de 40 manifestantes a serem detidos por polícias à civil, entre os quais Amina Bouraoui, ginecologista e uma das fundadoras do Barakat (Basta), um movimento que se opõe a um quarto mandato de Bouteflika, assim como Hassan Farhati, militante da organização SOS Desaparecidos, em referência aos milhares de desaparecidos na guerra civil dos anos 1990.
Foram igualmente detidos jornalistas, como Mehdi Biskri, do jornal francófono El-Watan.
Nas carrinhas, os manifestantes detidos continuavam a gritar e batiam contra as paredes dos veículos.
Segundo a AFP, a tática dos manifestantes de se espalharem ao longo da principal rua da capital argelina, a Didouche Mourad, para não serem cercados pela polícia, impediu o cálculo do seu número.
Na semana passada, uma manifestação no mesmo local foi violentamente controlada pela polícia.