Aldeias típicas da Guiné-Bissau, onde ainda se vive como há séculos, invadiram hoje as ruas da capital com danças, batuques e trajes típicos para festejar o Carnaval num desfile anual em que é preciso pagar para fotografar.
Apesar de a festa não ser segredo para ninguém e passar pelo meio de ruas cheias de gente, qualquer pessoa com uma máquina fotográfica na mão arrisca-se a ser abordada por supostos membros da organização do desfile que pedem dinheiro por um "dístico" que permite fotografar.
Fonte da coordenação do Carnaval confirmou à Lusa que os turistas têm que pagar "um valor simbólico" se quiserem tirar fotografias ou filmar a festa, sem adiantar mais pormenores.
Certo é que, no meio da barulheira, muitos visitantes encolhem os ombros face à abordagem, acabam por recolher a máquina e fotografar mais tarde os grupos que servem de montra genuína de cada região do país.
Os gigantones evocam figuras míticas dos contos locais ou os animais selvagens de cada zona, enquanto as vestes ligeiras cobrem, na maioria dos casos, pouco mais que a cintura.
As roupas combinam com as temperaturas altas, a rondar os 25 a 30 graus, hoje atenuadas por algumas nuvens altas.
O desfile desta tarde é um dos pontos altos da festa que decorre desde sexta-feira nas ruas de Bissau, com diferentes paradas carnavalescas, música ao vivo na Praça da Independência e centenas de barracas de comes e bebes montadas em duas zonas da cidade.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo e vive uma das piores crises de sempre devido à instabilidade e isolamento causados pelo golpe de Estado de abril de 2012.
O país prepara-se para realizar as primeiras eleições depois do levantamento limitar, pelo que o Carnaval deste ano é visto como uma antecâmara para a festa que se segue: a campanha eleitoral, que arranca a 22 de março.