Cinquenta por cento de cortes nas pensões, e o mais que está para vir
Por: Paul Craig Roberts
Segundo uma notícia no Kommersant-Ukraine, o ministro das Finanças dos lacaios de Washington em Kiev com a pretensão de serem governo preparou um plano de austeridade que cortará pensões ucranianas de US$160 para US$80, de modo a que os banqueiros ocidentais que emprestaram dinheiro à Ucrânia possam ser reembolsados a expensas dos pobres da Ucrânia. http://www.kommersant.ua/doc/2424454 Tal como na Grécia, está tudo a repetir-se outra vez.
Antes que qualquer coisa próxima da estabilidade e legitimidade tivesse sido alcançada pelo governo fantoche posto no poder através do golpe orquestrado por Washington contra o governo legítimo e eleito da Ucrânia, os saqueadores ocidentais já estão a actuar. Os ingénuos que protestavam acreditaram na propaganda de que a condição de membro da UE proporcionava uma vida melhor. Mas a partir de Abril eles perderão a metade da sua pensão. E isto é só o começo.
Os media corruptos do ocidente descrevem os empréstimos como "ajuda". Contudo, os 11 mil milhões de euros que a UE está a oferecer a Kiev não são ajuda. Trata-se de um empréstimo. Além disso, ele vem com muitas restrições, incluindo a aceitação por Kiev de um plano de austeridade do FMI.
Recordem agora: ucranianos crédulos participaram nos protestos que foram utilizados para derrubar o seu governo eleito, porque acreditaram nas mentiras que lhes foram ditas por ONGs financiadas por Washington de que se aderissem à UE teriam as ruas pavimentadas com ouro. Ao invés disso estão a ter cortes nas suas pensões e um plano de austeridade do FMI.
O plano de austeridade cortará serviços sociais, fundos para a educação, despedirá trabalhadores do governo, desvalorizará a divisa, portanto elevará os preços de importações, as quais incluem gás russo, consequentemente os preços da electricidade, e abrirá activos ucranianos à tomada por corporações ocidentais.
Terras agrícolas da Ucrânia passarão para as mãos do agronegócio americano.
Uma parte do plano Washington/UE para a Ucrânia, ou aquela parte da Ucrânia que não se bandear para a Rússia, teve êxito. O que resta do país será inteiramente saqueado pelo ocidente.
A outra parte não actuou tão bem. Os lacaios ucranianos de Washington perderam o controle dos protestos em favor de ultra-nacionalistas organizados e armados. Estes grupos, cujas raízes remontam os que combateram a favor de Hitler durante a II Guerra Mundial, emitem palavras e acções que põem em causa o clamor no Sul e Leste da Ucrânia para retornar à Rússia onde moravam antes da década de 1950, quando o partido comunista soviético os fixou na Ucrânia.
No momento em que escrevo parece que a Criméia se separou da Ucrânia. Washington e seus fantoches da NATO nada pode fazer excepto fanfarronices e ameaças de sanções. A Casa Branca Louca demonstrou a impotência da "super-potência única estado-unidense" ao decretar sanções contra pessoas desconhecidas, sejam quais forem, responsáveis pela devolução da Criméia à Rússia, onde antes permanecera durante 200 anos. Segundo Solzhenitsy, um Kruchev bêbado de etnia ucraniana transferiu províncias russas do Sul e do Leste para a Ucrânia. Ao observarem os acontecimentos no Oeste da Ucrânia, aquelas províncias russas querem voltar à casa a que pertencem, assim como a Ossécia do Sul nada queria ter a ver com a Geórgia.
Os lacaios de Washington em Kiev nada podem fazer acerca da Criméia, excepto roncar. Sob o acordo Russo-Ucraniano, é permitido à Rússia manter 25 mil soldados na Criméia. Os lamentos dos media dos EUA/UE quanto a uma "invasão russa de 16 mil soldados" são ignorância total ou cumplicidade com as mentiras de Washington. Obviamente, os media dos EUA/UE são corruptos. Só um louco confiaria nas suas reportagens. Qualquer media que acredite em alguma coisa do que diz Washington depois de George W. Bush e Dick Cheney terem enviado o secretário de Estado Colin Powell às Nações Unidas para apregoar as mentiras do regime acerca de "armas iraquianas de destruição em massa" – as quais os inspectores de armas haviam dito à Casa Branca não existirem – faz parte obviamente de um conjunto de prostitutas já compradas e pagas.
Nas antigas províncias russas do Leste, a abordagem contida de Putin quanto à ameaça estratégica que Washington trouxe à Rússia deu aos EUA uma oportunidade para apoderar-se de um importante complexo industrial que serve a economia e os militares russos. O próprio povo na Ucrânia oriental está nas ruas a exigir separação do governo não eleito que o golpe de Washington impôs em Kiev. Washington, ao perceber que a sua incompetência levou à perda da Criméia, fez com que seus apaniguados de Kiev nomeassem oligarcas ucranianos (contra os quais os protestos da Maiden eram parcialmente dirigidos) para posições governamentais no Leste da Ucrânia. Estes oligarcas têm as suas próprias milícias privadas que se somam à polícia ucraniana e a quaisquer unidades militares ucranianas que ainda estejam a funcionar. Os líderes russos dos protestos estão a ser presos e desaparecidos. Washington e seus fantoches, que proclamam seu apoio à auto-determinação, são pela auto-determinação só quando esta pode ser orquestrada a seu favor. Portanto, Washington está ocupada no trabalho de suprimir a auto-determinação no Leste da Ucrânia.
Isto é um dilema para Putin. Sua abordagem contida permitiu a Washington tomar a iniciativa no Leste da Ucrânia. Os oligarcas Tauta e Kolomoyskiy foram colocados no poder em Donetsk e Dnipropetrovsk e estão a executar prisões de russos e a cometer crimes indescritíveis, mas nunca se ouvirá falar disto nos media prostitutos dos EUA. A estratégia de Washington é prender e sanear os líderes dos secessionistas de modo a que não haja autoridades que possam requerer a intervenção de Putin.
Se Putin tiver drones, ele tem a opção de retirar-se de Taruta e Kolomoyhskiy. Se Putin deixar Washington reter as províncias russas do Leste da Ucrânia, terá demonstrado uma fraqueza que será explorada. Washington explorará as fraquezas até ao ponto de forçar Putin à guerra.
A guerra será nuclear.
Ver também:
O original encontra-se em www.globalresearch.ca/...
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .