terça-feira, 11 de março de 2014

JOSÉ RAMOS-HORTA DEFENDE PREPARAÇÃO DE FUNDO DE PENSÕES PARA REFORMAR FORÇAS ARMADAS GUINEENSES


Bissau - O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, alertou para a necessidade de a comunidade internacional começar a preparar um fundo de pensões para realizar a reforma das forças armadas no país.

Segundo referiu segunda-feira à agência Lusa, as autoridades militares já entregaram "uma lista de mil e 700 elementos que voluntariamente se inscreveram para sair e há ainda mais 200 que, por idade ou saúde, devem retirar-se", acrescentou Ramos-Horta.

No entanto, a liderança armada "passa a bola" para a comunidade internacional na hora de criar o fundo de pensões, um tema que "é preciso ver com rapidez", alertou.

José Ramos-Horta falava à agência Lusa à margem de uma cerimónia de entrega de fardamentos oferecidos pelo reino de Marrocos às forças armadas guineenses, na sequência de um pedido do representante da ONU no país lusófono.

As Nações Unidas e outras entidades da comunidade internacional têm pedido aos militares que deixem de interferir nas actividades civis e políticas da Guiné-Bissau, mas estes têm acusado o poder político de incompetência e prática de corrupção para justificar os levantamentos.

Para Ramos-Horta, a reforma das forças armadas deve ser a prioridade do governo, da Assembleia Nacional e presidente a serem eleitos a 13 de Abril.

"Não creio que haja controvérsia. Todas as chefias militares repetem que querem a reforma das forças armadas", referiu.

No entanto, é pedida ajuda internacional e esse apoio "não consiste apenas em entregar algum dinheiro e sair: tem que haver algum plano, com sustentabilidade, para que as pessoas que saiam, ao fim de seis meses, não fiquem sem meios de viver e tenham que voltar outra vez às forças armadas".

O valor em causa para o fundo "é muito mais que os 16,5 milhões de euros que foram disponibilizados pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) - dos quais 6,5 foram para reabilitação de casernas", alerta. Angop