Nouakchott, - Centenas de habitantes de Nouakchott manifestaram-se
na noite de domingo para esta segunda-feira para exprimir a sua fúria, após,
segundo eles, a profanação do Corão numa mesquita por pessoas não
identificadas, soube à AFP de fontes seguras.
A polícia fez uso de bombas de gás lacrimogéneas para dispersar as
manifestações organizadas até tarde da noite de domingo para esta segunda-feira
por vários grupos de população em Nouakchott, noticia a AFP.
Centenas de pessoas participaram numa marcha espontânea com as
linhas de Teyarett, um bairro situado no norte da capital, à presidência da
República (Centro da cidade).
Os manifestantes reclamam a detenção dos autores de uma profanação
do Corão produzido na noite, segundo eles.
Alguns manifestantes explicaram que quatro pessoas não identificadas
vestindo todos turbantes e a bordo de um veiculo 4x4, entraram na mesquita de
Teyarett para retirar quatro exemplares do livro santo dos muçulmanos que foram
então degradados.
Não foi imediatamente possível dizer se trata-se de homens,
mulheres ou de representantes de dois sexos, nenhuma informação não pode ser
obtida sobre sua origem
e suas movimentações.
Um dos autores da profanação "tomou os quatro exemplares do
Corão que foram (rasgados) antes de ser jogado no banheiro", indicou à AFP
um iman da mesquita, citando testemunhas.
Todos, em seguida fugiram antes da chegada das pessoas para
orações esta noite", acrescentou.
Este incidente acontece após um levantamento semelhante em
Zouérate (extremo-norte) iniciado em Fevereiro, um presumível doente mental
havia urinado sobre um exemplar do Corão. O presumível autor deste acto em
seguida foi enviado á Nouakchott para exames psiquiátricos.
Antes, numerosos mauritanianos haviam exprimido a sua cólera após
a publicação no inicio de Janeiro de um artigo "blafesmatório" contra
o profeta Maomé e cujo autor, julgado em Nouakchott (nordeste), poderia ser
condenado a pena de morte.
A chiaria (lei islâmica) " está em vigor na Mauritânia, uma
República Islâmica, mas as condenações extremas como as penas de morte e
flagelações não são aplicadas desde os anos de 1980. Angop