quinta-feira, 6 de março de 2014

PAÍSES AFRICANOS LUSÓFONOS E TIMOR-LESTE RECEBEM FORMAÇÃO EM SEGURANÇA ALIMENTAR


JOAO RELVAS/LUSA
Produtores agrícolas dos países africanos lusófonos e de Timor-Leste vão receber formação de segurança alimentar e nutricional, segundo um acordo hoje celebrado entre a CPLP e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a FAO assinaram hoje um programa de cooperação técnica, na sede desta organização da ONU, em Roma.
O objetivo é “capacitar os países e as instituições em matéria de produção agrícola”, explicou à Lusa o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, que acrescentou que o programa visa “qualificar os pequenos produtores agrícolas e as instituições de pesquisa” de cada país.
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique e Timor-Leste são os países da CPLP “mais necessitados” na área da segurança alimentar e nutricional, disse o responsável, referindo que “os pequenos agricultores precisam de assistência para aumentar a sua capacidade produtiva e melhorar a qualidade da produção”.
A FAO, que foi representada na cerimónia pelo diretor-geral, José Graziano da Silva, comprometeu-se a ceder 500 mil dólares (cerca de 364 mil euros) para desenvolver este programa.
A segurança alimentar e nutricional é considerada como um tema fundamental para o desenvolvimento dos países da CPLP, que constituiu, em 2012, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP (CONSAN-CPLP).
A CPLP, atualmente presidida por Moçambique, aprovou também uma estratégia para a área, prevendo a cooperação para a erradicação da fome e da pobreza nos seus territórios.
Além disso, “com o apoio da FAO, a maior parte dos Estados-membros da CPLP já formularam estratégias nacionais para a segurança alimentar e nutricional e adotaram uma definição holística e abrangente do conceito de Segurança Alimentar, de acordo com a consagrada pela Conferência Mundial da Alimentação em 1996”, segundo um comunicado do organismo das Nações Unidas.
No seu conjunto, a CPLP – que integra, além dos países mencionados, também Portugal e Brasil - representa uma população de quase 250 milhões de habitantes e conta com quase 28 milhões de desnutridos.