Um paraíso chamado arquipélago dos bijagós, maravilhoso! Vale a pena ler e ver as imagens até o fim.
Começou com uma paixão. Um tributo a uma embarcação lendária: a Africa Queen. Uma embarcação da década de 50 que fazia cruzeiros pelos Bijagós.
Jorge Horta era um dos passageiros frequentes do navio comandado por Djibril Barr. Da frequência nasceu a amizade e, mais tarde, o negócio em conjunto.
Mas vamos por partes
Tudo começou quando se soube que o Africa Queen iria ser desmantelado. A embarcação já não era rentável. A sua idade obrigava a uma manutenção avultada. E foi numa conversa de memórias que Jorge Horta e Djibril Barr tiveram a ideia de, juntos, recriarem o Africa Queen. Compraram um navio, a que deram o nome de Africa Princess.
A montagem do negócio, refere Jorge Horta, implicou a compra de um barco e a sua adaptação ao conforto dos dias actuais. Tendo em conta que o cruzeiro é feito numa zona inóspita, num arquipélago de ilhas desertas (apenas visitam duas povoadas) houve que fazer algumas adaptações essenciais.
Criar cabines, casas de banho completas e independentes, uma outra para convidados, montar dessalinizador (que faz 140 litros por hora); reservatórios de água, um sistema de painéis solares, de forma a assegurar a energia (sem recurso a gerador), todos os quartos (incluindo a cabine do comandante) têm ar condicionado; montar bombas que permitam a utilização simultânea das torneiras de água quente (o que incluiu a montagem de um sistema solar de aquecimento de água…) e isto foi apenas no início do negócio.
Prestes a fazer três anos de existência todos os anos o Africa Princess tem alguma melhoria.
Basicamente, o Africa Princess tem de estar preparado para toda e qualquer emergência.
O serviço é assegurado por sete membros da tripulação onde se inclui um cozinheiro que “chega a fazer croissants no meio do Bijagós ou carpaccio de barracuda”. Sem esquecer o serviço de hotelaria e os marinheiros, que acompanham os passageiros aquando das visitas a terra. É uma equipa na qual trabalham juntos há muitos anos.
A ideia foi a de fazer um tributo ao Africa Queen, pelo que a decoração é evocativa dos seus tempos áureos. Materiais naturais, muita madeira (o único local que não tem madeira são as casas de banho) e peças vintage. Mas sempre sem descurar o conforto.
Apesar de ser um barco moderno, de estrutura de fibra, todo o resto apela ao romantismo dos anos 50 e 60.
Dois segmentos – vários perfis de clientes
Os cruzeiros nos Bijagós disponibilizados pelo Africa Princess dirigem-se essencialmente a dois tipos diferentes (mas complementares) de negócio: o turismo de pesca e o lazer.
Pescar num ambiente idílico. É desta forma que a região é “vendida”. Com França a assegurar o “grosso” do negócio.
Mas há outros mercados. Os portugueses, por exemplo, estão a despertar para aquela região. E convém não esquecer o turismo local. Os expatriados que estão em Bissau. Que regressam para visitar a beleza das ilhas.
Cada cruzeiro dura uma semana embora, refira Jorge Horta, haja cada vez mais grupos a solicitarem cruzeiros de 15 dias.
E depois, há os clientes locais, que pedem viagens de quatro dias (fim-de-semana prolongado). Tipicamente nas datas festivas e feriados. Nesse caso o barco parte na sexta-feira de manhã para os Bijagós e regressa na madrugada de segunda-feira. Tudo para que as pessoas não percam muitas horas de trabalho.
O cuidado com o cliente tem dado frutos. Há cada vez mais clientes, muitos deles vindos através da publicidade “boca a boca”. Um amigo ou familiar que fez o cruzeiro e que o recomendou.
A isto junta-se o poder das redes sociais e do Google Earth.
Para ajudar os passageiros a perceber o itinerário e o que poderiam ver, os dois proprietários da Africa Princess publicaram diversas fotografias geo-referenciadas. Que começaram a ser divulgadas pelo Google Earth e pelo Google Maps.
Outra ajuda, segundo Jorge Horta, é o número de voos directos para Guiné-Bissau. De Portugal, por exemplo, são apenas quatro horas de voo, com a vantagem de ambos os países terem o mesmo fuso horário. O serviço da Africa Princess inclui o transporte do aeroporto para a embarcação e vice-versa. Depois é iniciar viagem. No regresso ainda há tempo para conhecer a cidade. Fonte: http://www.jornaltornado.pt/