Bissau, 25 Fev 16 (ANG) – Os Chefes de Estados membros da Organização para o Aproveitamento do Rio Gâmbia (OMVG) criaram uma nova organigrama para funcionamento da organização.
A informação foi avançada hoje à imprensa pelo Secretario Executivo desta organização, Justino Vieira, à saída de uma audiência com Presidente da República.
Vieira acrescentou que esta decisão foi tomada pelos Chefes de Estados presentes na reunião que decorreu à 29 de janeiro último, em Adis-Abeba, na Etiopia.
“A nova estrutura da OMVG é composta por um Alto-Comissário, Secretário Geral, Director de Estudos Planificação e de Infra-estruturas, Director de Finanças e Direcção do Ambiente e Desenvolvimento Durável”, informou Justino Vieira.
Em relação a repartição dos postos pelos Estados membros, segundo o Secretário Executivo, a função do Alto-Comissário será assegurado pela República da Guiné- Conacri e enquanto o Senegal fica coma de Secretário-geral.
No encontro com o Presidente Mário Vaz falou-se sobre os avanços dos conteúdos programáticos e Projectos da (OMVG), nomeadamente o da energia através da construção das barragens hidroeléctricas, infra-estruturas e a Promoção da Agricultura.
No que concerne ao sector da energia, Justino Vieira informou que a organização já assinou acordos de financiamento com várias parceiros internacionais, dentre os quais o Banco Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento, no valor total de 582 milhões de euros para a construção de linha de interconexão entre a Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Senegal e Gâmbia.
Esta interconexão, de acordo com o Secretario Executivo da OMVG será feita a partir da barragem de Kalecta na Guiné-Conacry e que já está em funcionamento com 240 Mega e vai permitir a evacuação de uma parte da energia produzida nesta barragem para os países membros da OMVG.
“ Em Julho deste ano, a organização vai iniciar os trabalhos de construção da barragem de Gâmbia com 128 Mega o que permitirá a Guiné-Bissau, em 2018 e 2020, beneficiar de 33 por cento da necessidade da energia proveniente das duas barragens”, informou.
Quanto ao sector agrícola, Justino Vieira avisou que o país deve preservar e aproveitar águas doces da bacia de Rio Geba, salientando que, até porque a organização não só fez um estudo completo do referido vale, assim como já preparou um Caderno de Encargo para o concurso da construção da barragem de Campossa na região de Bafata, leste do país para armazenamento de 90 milhões de metros cúbicos de água para agricultura.
Disse que a água que será reservada nesta barragem não só servirá para a agricultura, para colmatar a seca que afecta a localidade bem como na resolução dos problemas de assoreamentos e da água salgada na zona.
“Combinados estes dois sectores, nomeadamente energia e agricultura e esperamos alcançar um avanço significativo em termos económicos entre 2019 à 2020, porque no vale do rio Geba há milhares de hectares de terras aráveis. Isso poderá contribuir no aumento da produção em cerca de 90 mil toneladas de arroz por ano, o que representa mais de 30 bilhões de francos CFA", afirmou Justino Viera.
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