Manuel, mais conhecido por Manu Rép, residente na zona de Chã de Alecrim, está a ser acusado de diferentes crimes; violação sexual, burla e roubo. Há vários anos que o indivíduo tem vindo a abusar sexualmente de várias mulheres e nunca foi condenado.
O Tribunal de São Vicente procedeu, nesta quarta-feira, ao julgamento de Manuel, conhecido por Manu Rép, suspeito de ter violado várias mulheres na ilha de São Vicente. O arguido está a ser condenado pela prática de crime de violação sexual, burla e roubo, crimes que remontam a 2003, 2004 e 2005.
Desde 2003 que o indivíduo Manu Rép tem vindo a violar várias mulheres na ilha de São Vicente. Entre as vítimas de Manu Rép, quatro estiveram presentes no Tribunal para o julgamento.
As mulheres presentes no Tribunal encontravam-se indignadas devido à morosidade da justiça. Uma das vítimas, agora com 27 anos, conta que o caso aconteceu quando ela tinha 16 anos e que nem se lembrava do caso ou pelo menos não gostaria de se recordar de novo do que se passou há 11 anos.
Para a vítima, a justiça deveria ser feita na altura do acontecimento porque muitas mulheres foram vítimas de Manu Rép. Ainda que por medo algumas não chegaram a denunciar o indivíduo, “justiça deve ser feita”.
Uma outra vítima conta indignada o que se passou quando saía das aulas na Escola Técnica. Segundo a vítima, Manu Rép montou uma estratégia para enganar as mulheres. Ao encontrar as mulheres no caminho, este simulava uma conversa ou brincadeira, segurava a mão da mulher e ia levando-a na conversa até encontrar um beco onde, à força e sem o consentimento das vítimas, levava-as para um casa em construção nas proximidades da Escola Técnica e tentava consumar o acto.
A entrevistada diz que o agressor não conseguiu consumar o acto porque usou de estratégia para fugir. Para a mesma, a justiça em Cabo Verde é morosa e traz consequências drásticas para a sociedade que muitas vezes pensa em fazer justiça de outras formas. A mesma diz ter na sua posse uma lista enorme de mulheres vítimas de Manu Rép: “é inconcebível que a justiça não tenha agido a tempo”.
As testemunhas dizem temer que o arguido venha a ficar sem qualquer punição, “depois de fazer várias vítimas e de ter passado vários anos, os processos resultados de várias denúncias podem vir a prescrever”.
Durante o julgamento que decorreu à porta fechada, o homem negou a prática do crime alegando que mantinha “casos com as mulheres” e, em troca, pagavam-lhe 500 escudos. O homem “fazia-se passar por alguém que pretendia levar uma conversa em jeito de brincadeira e conseguir uma amizade”.
Pelo menos 15 mulheres, pela primeira vez ou por reincidência, denunciaram terem sido vítimas de assédio sexual ou violação por parte de Manu Rép, residente na zona de Chã de Alecrim. O mesmo tem várias passagens pela Polícia por crime de burla, roubo e agressão sexual. Fonte: NN