domingo, 29 de março de 2015

FILIPE NYUSI ELEITO PRESIDENTE DA FRELIMO APÓS DEMISSÃO DE ARMANDO GUEBUZA

Filipe Nyusi
Numa decisão surpreendente o presidente da Frelimo, Armando Guebuza, demitiu-se Domingo  da liderança do partido no poder em Moçambique,  despoletando assim o que se adivinhava como um crescente conflito  com o chefe de estado Filipe Nyusi que foi de imediato eleito para chefiar o partido.
 
A demissão de Guebuza ocorreu numa reunião do Comité Central na Matola, nos arredores do Maputo onde a questão da sucessão de Guebuza não era, pelo menos em delcarações públicas uma das questões em análise.
 
"O camarada presidente Armando Emílio Guebuza surpreendeu os membros do Comité Central e apresentou a sua demissão, que foi aceite", anunciou o porta voz  da Frelimo Damião José..
 
Nyusi foi subsequentemente eleito presidente da Frelimo, confimou posteriormente Damião José.
Desde que Nyusi foi eleito presidente tinha havido crescentes interrogações sobre a dualidade do poder com Guebuza a controlar o partido no poder e Nyusi na presidência da república.
 
Alguns analistas interrogaram-se por exemplo sobre se os deputados da Frelimo no parlamento iriam obedecer á presidência do partido ou do país em caso de conflito entre os dois.
 
Essas dúvidas tinham aumentado de intensidade depois de Nyusi ter mantido um encontro com o líder do partido da oposição Afonso Dhlakama que exige a criação de regiões autónomas nas províncias que o seu partido ganhou.
 
Na abertura dos trabalhos do Comité Central, Armando Guebuza criticou na Quinta-feira  aqueles que, segundo disse,  publicamente procuram dividir e semear a confusão no partido.
 
"Preocupa-nos a postura e comportamento de alguns camaradas que publicamente engendram acções que concorrem para perturbar o normal funcionamento dos órgãos e das instituições e para gerar divisões e confusão no nosso seio", disse.
 
Guebuza descreveu criticas às suas posições e á dualidade de poderes como uma tentativa de destruir a Frelimo.
 
Nyusi ganha o partido depois de ter sido eleito Presidente da República em Outubro de 2014, sucedendo também a Armando Guebuza, que havia completado dois mandatos como chefe de Estado.
 
Dos 189 elementos presentes do Comité Central, 186 votaram a favor, tendo-se verificado duas abstenções e um nulo. Fonte: Voz da América