Lusa 17 Mar, 2015 - Portugal e a Guiné-Bissau vão retomar a cooperação técnico-militar com base num acordo assinado hoje na capital guineense pelos dois governos.
O ministro da Defesa português, José Pedro Aguiar-Branco, fez votos para que os dois países caminhem "de mãos dadas", sem "passos para trás", ideia apoiada também pela ministra da Defesa da Guiné-Bissau, Cadi Seidi.
Um desejo em comum expresso numa altura em que o país ainda está a recuperar da grave crise provocada pelo golpe de Estado militar de 2012 - que afastou os parceiros internacionais da Guiné-Bissau e deixou graves mazelas económicas e sociais.
Portugal e o Estado guineenses retomaram o diálogo e as relações diplomáticas em pleno, no último ano, depois das eleições gerais que repuseram a norma constitucional.
O acordo hoje assinado pelos titulares da pasta da Defesa prevê o destacamento de dois assessores militares portugueses para a Guiné-Bissau por forma a apoiar "a reforma da estrutura superior das Forças Armadas guineenses".
Ao mesmo tempo, esta equipa vai "identificar os projetos mais relevantes a serem incluídos no programa quadro" a assinar ainda este ano, para vigorar até 2017.
Simultaneamente e ainda antes da assinatura do programa quadro, o acordo prevê três ações prioritárias para "dar resposta imediata às mais urgentes necessidades de apoio às Forças Armadas da Guiné-Bissau".
Uma delas consiste na reativação do programa de ensino militar em Portugal (PEMPOR), "com a abertura de vagas gratuitas nas instituições de ensino militar, já no próximo ano letivo".
Portugal vai ainda oferecer a Bissau dois botes pneumáticos, com motores e restantes acessórios, para reforçar as capacidades da Marinha da Guiné-Bissau.
Um terceiro ponto consiste no envio de uma assessoria temporária de engenheiros militares para identificar e avaliar as necessidades de reconstrução de infraestruturas das Forças Armadas Guineenses.
Em paralelo com a agenda de José Pedro Aguiar-Branco, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Portugal, general Pina Monteiro, manteve um encontro com o homólogo guineense, Biagué Nan Tan.