Rui Peralta, Luanda
I - A Ordem Mundial que caracterizou o período 1945-1990 entrou no início da década de 70 numa longa fase de estagnação, contrastando com a fase de crescimento elevado pós-II Guerra (1945-1965). Esses últimos 20 anos (1970-1990) caracterizaram-se por taxas de crescimento inferiores às duas décadas anteriores, a uma diminuição do investimento nos sectores produtivos, instalando-se uma estagnação persistente. Pleno emprego, crescimento indefinido do Ocidente, desenvolvimento do Sul e do Leste perderam o estatuto de objectivos a atingir tornando-se o que efectivamente sempre foram: ilusões.
Nos anos 90 evidenciou-se uma nova fase caracterizada pelo desordenamento (em oposição ao conceito de Ordem Mundial) e pelo aprofundar dos mecanismos da mundialização, com novos actores dominantes: as enormes empresas multinacionais que autonomizaram-se das políticas nacionais dos Estados. As preocupações financeiras impuseram-se, dominando a expansão económica. Esta financiarização do capital é, sem dúvida, responsável pela persistência e agravamento do desemprego (embora não seja a causa única), gera comportamentos usuários e rentistas (que sempre existiram mas que o keynesianismo camuflava) e encerra as políticas macroeconómicas numa espiral deflacionária. Por outro lado esta espiral financeira permite as condições para a restruturação dos sistemas produtivos, preparando uma nova fase de expansão. Leia mais em PG