Lisboa - Está a ir por “água a baixo” a propaganda governamental que prevaleceu nos últimos 13 anos, insinuando que Jonas Malheiro Savimbi, o líder-fundador da UNITA, teria morrido em combate na província do Moxico.
Fonte: Club-k.net
Estava a tomar chá de mel quando foi assassinado
Uma competente pesquisa, baseada - em anotações de testemunhas vivas que poderão ser publicadas em livro - desvenda ao pormenor todo mistério em torno do que se passou naquela tarde do dia 22 de Fevereiro de 2002, nas proximidades de Cassamba, localidade adjacente ao Luvuei, um dos três afluentes do rio Lungue-Bungo.
Segundo a pesquisa, tudo começou quando naquele dia o presidente da UNITA preparava-se para ir a margem esquerda do rio Luio, na ex-Zona Belo Horizonte (Moxico), ao encontro da base do general Njolela Gomes Jorge vulgo “Big Jó”.
Na manha daquele dia por volta das 7 da manha, escutaram-se disparos contra a base do general “Big Jó”. Assim sendo, Jonas Savimbi e o seu grupo integrado por 13 elementos mudaram de rumo após terem orientado um soldado da coluna presidencial a efectuar partulha para terem melhor percepção do que se estava a passar naquela zona.
No período de tarde, perto das 15 horas, a coluna presidencial de Jonas Savimbi decidiu entrar para uma mata serrada para acampar uma vez que estava a choviscar naquele momento.
No momento em que estavam acampados, Savimbi descalçou as botas e estava a tomar chá de mel, quando um jovem da sua coluna, que teria ido fazer “necessidades maiores”, regressou assustado avisando que viu a virem em direcção da coluna presidencial, um grupo de militares trajados com uniformes das FAA, guiados pelo soldado X, ex-integrante da coluna presidencial que estava desaparecido desde o dia 4 de Fevereiro daquele ano.
O grupo que estava a ser guiado pelo soldado X, (nome propositadamente ocultado), ajudou a seguir os rastos do “velho”, através das marcas das botas de fabrico francês com um piso especifico que o lider guerrilheiro usava.
Quando as FAA aproximaram-se da tenda dos guerrilheiros, fizeram o primeiro disparo contra Jonas Savimbi, atingindo na lateral do peito. Durante aquela alvoraça, um dos elementos da sua guarda que estava a jogar xadrez, a um certo metro de distância, se puseram em fuga.
Savimbi colocou uma das mãos no local da ferida e outra numa posição superior simbolizando acatamento, ou melhor, demonstração de alguém que não estaria a mostra resistência. O líder guerrilheiro olhou para o soldado X, que estava aproximar-se de si, e o terá dito o seguinte, na língua umbundo, “AMOLANGE OKUETE OLUTAKAI. VIALUA VIWA NDA KULINGILA, KALIYE WAKULA, NOKE WANDIÑUALELAPO?”. Numa tradução livre para o português seria: “agora, te viraste contra mim”.
Logo a seguir, foi-lhe disparados outros tiros, acabando por falecer. Enquanto isto, os soldados das FAA que eram um grupo perto de 30 elementos, comunicaram aos seus superiores sobre o cumprimento da missão. Os outros ficaram na disputa de se apoderar/recolher os pertences pessoais de Savimbi, uma vez que o falecido andava com um saco de diamantes que seria para aguentar o partido caso ele chegasse até a fronteira com a Zâmbia.
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