Ouagadougou - O corpo de Thomas Sankara, presidente do Burkina Faso assassinado em 1987 através de um golpe de Estado, vai ser exumado com vista a ser identificado formalmente, um compromisso do actual governo que acontece após o derrube de Blaise Compaoré, soube hoje (quinta-feira) a AFP.
A decisão, tomada por decreto em Conselho de ministros na quarta-feira, "permite aos familiares de Thomas Isidore Noel Sankara, presidente do Faso de 04 de Agosto de 1983 a 15 de Outubro de 1987, abrir o túmulo onde se supõe estarem depositados os seus restos mortais e proceder todo o sistema necessário de identificação".
O capitão Thomas Sankara foi morto durante o golpe de Estado que levou Blaise Compaoré ao poder em 15 de Outubro de 1987.
O seu corpo terá sido enterrado no cemitério de Dagnoen (bairro oeste de Ouagadougou), mas a sua família e os seus inúmeros simpatizantes duvidam que esteja ali sepultado.
Após terem sido chumbados todas as tentativas junto dos tribunais burkinabes, sob o regime de Campaoré, para que fossem efectuados os testes ADN para se esclarecer a questão, a família recorreu ao Corte africano dos direitos do Homem, que ordenou em 2008 ao governo do Burkina Faso de autorizar a realização das investigações necessárias.
O presidente Michel Kafando, que sucedeu ao chefe de Estado deposto Blaise Campaoré, afirmara em Dezembro de que daria o "apoio" à família Sankara para identificar o seu túmulo.
A sua viúva, Mariam Sankara, negou quarta-feira, em comunicado, ter sido "contactada pelas autoridades" ou terem chegado a um acordo sobre o assunto.
A sociedade civil, que desempenhou um papel preponderante na "revolução burkinabe", tem apelado regularmente para a abertura do dossier Sankara. O presidente Kafando prometeu que "justiça" aos implicados na sua morte. Fonte: Aqui