Abidjan - O advogado do Estado ivoiriense, a única parte civil no julgamento no processo de "atentado contra a segurança do Estado", que se decorre em Abidjan, reclamou segunda-feira, três biliões de euros em danos e interesses à antiga primeira- dama Simone Gbagbo(Foto) e aos seus 82 co-acusados.
Soungalo Coulibaly é advogado do Estado ivoiriense, mandatado pelo Ministério da Justiça. O seu argumento é distinto do que sustenta o ministério público, previsto desde terça-feira.
Na lei do direito ivoriense, o Estado pode entrar com uma acção civil para pedir acções cíveis (danos e interesses), quando o Ministério Público requer sanções penais (prisão), segundo uma fonte judicial.
"A parte civil reclama como danos e interesses em relação a todos danos sofrido pelo Estado, a soma de 2 000 biliões de francos CFA (cerca de três biliões de euros) que os acusados são obrigados a pagar solidariamente", disse Coulibaly.
Tal quantia é "fantasioso, absurdo e sem fundamento", lançou Habiba Touré, advogada de Simone Gbagbo, que por sua vez deverá defendê-la quarta-feira. "cada um é acusado por factos distintos, por isso, não se pode pedir a solidariedade dos acusados", disse.
Oitenta e três pessoas estão a ser julgadas desde o final de Dezembro de 2014 por "atentados contra a segurança do Estado" cometidos durante a crise pós-eleitoral em 2010-2011, num julgamento que Simone Gbagbo é a principal acusada.
Mais de três mil pessoas morreram entre Dezembro de 2010 e Maio de 2011, devido a recusa do antigo presidente Laurent Gbagbo de reconhecer a vitória do seu adversário, o actual chefe de Estado Alassane Ouattara. Fonte: Aqui