Bissau, 22 Ago 17 (ANG) - O Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló disse sexta-feira que a “situação de maus tratos” de que são alvos as crianças talibés “é sinónimo de condenação de uma geração”.
Umaro Sissoco Embaló falava numa conferência de imprensa em que intervieram os ministros da Agricultura, do Ambiente e da Saúde, fazendo o balanço das suas actividades.
“Muitas pessoas fazem das Crianças Talibés um meio para ganhar o sustento diário mas, para mim, a referida situação é bastante grave. As vítimas são crianças que merecem um futuro brilhante para que possam dar os seus contributos ao desenvolvimento do país”, referiu.
Sissoco referiu que os pais enviam os seus filhos para aprender o Alcorão mas que acabam por não apreender nada devido as horas que passam nas ruas, sujas e mal vestidas, a pedir esmolas.
“A escola corânica é uma escola que transmite a teologia e talibé significa estudante de teologia e não um mendigo nas ruas ”, explicou o chefe do governo.
Umaro Sissoco Embalo disse que, para criar uma escola corânica não basta querer mas sim ter as condições e respeitar os procedimentos legais do funcionamento de uma escola.
Sublinhou que o governo tem que criar condições para que haja escolas corânicas, associadas à escolas oficiais, de modo a evitar situações de desordem.
Umaro Sissoco reiterou a decisão de acabar com situações de Crianças Talibés nas diferentes ruas da capital a pedir esmolas.
Perguntado sobre a situação dos deficientes e algumas pessoas sem deficiência que pedem esmolas nos passeios, respondeu que não pode intervir em assuntos de adultos porque são conscientes, e que o problema de pedir esmola se verifica em toda a parte do mundo.
Sobre os rumores que circulam de que vai desafiar o Presidente da República nas próximas eleições, o PM garantiu que jamais pretende candidatar-se e que a sua fidelidade ao chefe de estado é eterno.
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