sexta-feira, 17 de novembro de 2017

GUINÉ-BISSAU: CONDÉ DEFENDE MUDANÇA CONSTITUCIONAL

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Esse velho é mesmo mentiroso e sofre de incontinência verbal, ou seja cada vez que abre a boca só sai m..da. Se Alpha Condé e os mafiosos que apoiam DSP julgam que vão incendiar o país com essas mentiras, estão enganados. Para nós, o que conta é o documento assinado, o resto é treta e pura manipulação.   

Alpha Condé, presidente em exercício da União Africana, admitiu hoje em Paris falhas na gestão da mediação da CEDEAO e da organização panafricana, incapaz de por cobro ao impasse em Bissau tendo defendido a necessidade de alterar a constituição guineense.

Alpha Condé é também o chefe de Estado da Guiné Conacri. Um país que está em foco em Paris até esta sexta-feira com um evento sobre o financiamento do plano de desenvolvimento.

Em declarações a Olivier Rogez, Alpha Condé lamentou não ter anunciado em Conacri o nome do primeiro-ministro que fora acordado para a Guiné-Bissau.


Condé alegou não o ter feito para respeitar a soberania do vizinho guineense e para preservar o seu homólogo, José Mário Vaz que alega não estar a cumprir um Acordo com o qual todas as partes guineenses concordavam.

Eis a tradução portuguesa das suas declarações (texto e áudio):

"A constituição da Guiné-Bissau é como a constituição portuguesa.

O presidente não tem poderes, é um pouco como a rainha de Inglaterra ou o presidente alemão.

E isto quando ele é eleito por sufrágio universal, o que já é uma contradição.

A CEDEAO falhou a oportunidade : deviamos durante a transição ter ajudado os nossos amigos da Guiné-Bissau a modificar a constituição.

Mas há acordos que foram assinados: é o partido maioritário guineense que designa o primeiro-ministro... No caso o PAIGC. Convencêmo-los a prescindir deste direito e que o presidente apresentasse nomes.

Trata-se de aplicar os Acordos de Conacri que não foram aplicados pelo actual presidente da república.

Ou seja é preciso voltar a este Acordo que foi aceite por todos.

Admito que haja uma parte minha de culpa: para respeitar a soberania da Guiné-Bissau não quis anunciar o nome do primeiro-ministro em Conacri.

Deixei essa tarefa para o presidente. Enganei-me ao fazer isso.

Se toda a gente lá se encontrava, mais valia ter anunciado o nome do primeiro-ministro.
Tanto mais que toda a gente estava de acordo com isso.

Pequei por falta de vigilância, mas fi-lo por respeito para com o presidente Vaz que ainda assim é o presidente da Guiné-Bissau.

A solução passa por um regresso ao Acordo de Conacri porque este é a sequência dos acordos anteriores de Bissau, Conacri só o veio confirmar.

Ou seja a solução passa por um regresso ao Acordo de Conacri."

Fonte: RFI - Ouvir