terça-feira, 28 de novembro de 2017

UE/ÁFRICA: GUINÉ-BISSAU DUPLICA EXPORTAÇÕES PARA EUROPA MAS SALDO AINDA É NEGATIVO

A Guiné-Bissau duplicou o volume de exportações para a Europa, passando de 3,3 milhões em 2014 para 6,6 milhões no ano passado, mas o saldo é negativo devido aos 126 milhões de euros em importações.

De acordo com os dados disponibilizados à Lusa pelo instituto oficial de estatísticas na União Europeia, o Eurostat, nas vésperas da cimeira entre a União Europeia e a União Africana, as importações de produtos europeus desceram de 160 milhões de euros, em 2015, para 117 milhões no ano seguinte, mas voltaram a subir para 126,8 milhões no ano passado.

As exportações para o continente europeu, no entanto, são bastante menores, apesar de terem duplicado entre 2014 e 2016 - desceram de 3,3 milhões em 2014 para 2 milhões em 2015 mas subiram para 6,6 milhões no ano passado.


Assim, o saldo das trocas comerciais entre a Guiné-Bissau e os 28 países da União Europeia permanece negativo, tendo evoluído de 156,6 milhões em 2014 para 115 milhões em 2015 e 120,2 milhões no ano passado.

- A incerteza política, a continuidade das reformas e o ambiente político são os maiores obstáculos ao crescimento da economia da Guiné-Bissau, que deverá ver a sua riqueza crescer 4,8% neste e 5% no próximo ano.

"As perspetivas económicas e sociais continuam frágeis porque dependem fortemente do setor do caju, da continuidade das reformas lançadas e do ambiente político", dizem os analistas do Banco Africano para o Desenvolvimento, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e das Nações Unidas no relatório sobre as Perspetivas Económicas Africanas.

O documento, divulgado em maio em Ahmedabad, na Índia, antecipa um crescimento do PIB na ordem dos 5% para este e o próximo ano, essencialmente devido à produção agrícola, o que é positivo porque foi alcançado num ambiente de incerteza política, mas é negativo porque mostra a dependência do país de fatores que não controla na totalidade.

"A recuperação que começou no seguimento do regresso da ordem constitucional está a manter-se, ajudada por um ano excecional para as vendas de caju e uma notável expansão nas plantações alimentares", dizem os analistas, notando que, ainda assim, "a incerteza política prejudicou o crescimento potencial" do país.

A quinta cimeira UE/África decorre entre 29 e 30 de novembro em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim, com o tema 'Investir na Juventude para um futuro sustentável', e deverá contar com cerca de 80 chefes de Estado e de Governo dos países europeus e africanos

A primeira cimeira UE-África, que se realizou no Cairo (Egito) em 2000, foi promovida por Portugal, durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Em 2007, novamente sob a égide da presidência portuguesa, Lisboa acolheu a segunda edição destas cimeiras.