quinta-feira, 30 de novembro de 2017

REACÇÕES AO DISCURSO DE MACRON NO BURKINA FASO

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, já se encontra em Abidjan onde participa na quinta cimeira da União europeia/União africana, mas continua a suscitar reacções o seu discurso de ontem na Universidade de Uagadugu, no Burkina Faso, onde declarou o fim duma política africana da França e o início duma nova parceria com a África.

O discurso do presidente francês, Macron, na Universidade de Uagadugu, no Burkina Faso, de que com ele "não há política africana da França", suscita críticas de certos especialistas franceses da África ocidental.

Macron é o terceiro presidente francês, depois de Sarkozy e Hollande, a evocar o fim das relações históricas e sulfurosas conhecidas como Françáfrica.

"Era o tempo das redes obscuras que se sobrepunham a instituições", declarou o consultor, Alain Bigot, antigo diplomata francês. "Mas há que parar com esse discurso, porque o tempo das redes Foccart, foi há 40 anos", sublinhou.

Por seu lado, Antoine Glaser, africanista e ex-director de "La lettre du continent", Françáfrica era "essa relação incestuosa entre presidentes franceses e africanos, o tempo de malas cheias de dinheiro que chefes de Estado africanos enviavam para Paris, para financiar campanhas de dirigentes políticos africanos".

Assim, o presidente Macron, não tem que estar a bater nesse velho teclado para passar a mensagem de que com ele não haverá uma política africana, implicitamente, negociatas, até porque, quando anuncia, no Burkina Faso, uma nova parceria com a África, isto não é, senão, uma política africana da França.

A prova é que antes de partir para a cimeira Europa/África em Abidjan, ainda inaugurou, em Zagtouli, com o seu homólogo do Burkina Faso, Roch Marc Christian Kaboré, no centro do país, a maior central solar da África ocidental.

A central é composta por 129.600 painéis solares instalados num espaço de 60 hectares e tem uma potência de 33 Megawatts que produzirá cerca de 5% do consumo de electricidade nacional, três vezes menos cara. Fonte: RFI - Oiça

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