sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018


ONU EM CIMA DO MURO?

Excerto da Declaração à Imprensa do Conselho de Segurança da ONU, sobre a Guiné-Bissau:

(…) Os membros do Conselho de Segurança apoiaram os esforços da CEDEAO para garantir uma resolução rápida da crise e tomaram nota da sua decisão de 4 de Fevereiro de 2018 de impor sanções contra as que obstruem a implementação do Acordo Conakry, o único quadro consensual para encontrar uma solução para esta crise, cujo pré-requisito continua a ser a nomeação de um primeiro ministro de consenso e de um governo inclusivo. Eles manifestaram a sua intenção de continuar a acompanhar a actual crise política e manifestaram a sua disponibilidade para tomar as medidas necessárias para responder ao novo agravamento da situação na Guiné-Bissau.(…)
                                                                              
Com "uma mão no cravo e outra na ferradura"?

Peço palavra, meus concidadãos, para dizer o seguinte:
É como disse, há dias, o Brigadeiro Gen. Daba Naualna, na sua tomada de posse: “A paz não se doa, se constrói; a paz não se apela, se conquista. Se cada um de nós fizer direito o seu pequeno trabalho de casa, todos juntos faremos um grande trabalho à pátria”. Admito que haja, neste exercício, algum outro aspecto declarado no texto evidenciado que escapará a minha interpretação.

Em primeiro lugar, para dizer que “Os membros do CS” se não estão deviam estar cientes do tipo da mediação que tem sido implementada pela CEDEAO. E não é à toa que apelam a CEDEAO para garantir uma solução rápida para a “crise” política na Guiné-Bissau. Eles sabem ou deviam saber que a solução desta “crise política interna” nunca poderá ser externa e que os guineenses perderam confiança na actual mediação. O Acordo de Conacry acabou!

Sobre as sanções:  dizem que “tomaram nota da sua decisão de 4 de Fevereiro de 2018 de impor sanções contra as que obstruem a implementação do Acordo Conakry”, evitando, contudo, referir nomes das 19 personalidades públicas, injusta e desumanamente sancionadas. Será porque agora o assunto está em segredo de justiça? Parece que para “Os membros do CS” o Acordo de Conacry virou seu “cavalo de batalha” para atingir objectivos inconfessos? “Os membros do CS”, na sua declaração, evitaram, intencionalmente, de falar em democracia (perspectiva estatística) para justamente apelar o impossível neste preciso momento, ou seja, o “consenso” e “inclusão”. Será que estarão a pressentir que a maioria está do lado do povo e não dos fantoches (“king kong”)?

Conclusão: paira no ar uma atmosfera de complô internacional ancorada no Clube Terra Ranka (Mesa Redonda de Bruxelas). A situação política, hoje em Bissau, tem sido à moda antiga e dos tempos da guerra fria: luta entre partidários da esquerda e da direita. Quem viveu nesse tempo sabe do que estou a referir-me. De um lado, “Patriotas” e Fantoches (“King Kong”) do outro. E é como disse Bá Kekutó, o foco deles são os nossos recursos naturais. Se não fosse isso, então, a que se deve todo esse “alarido internacional”, sempre que se dê traques numa pequenina aldeia da Guiné-Bissau? Comparando o nosso país, por exemplo, com alguns países da sub-região - de há cerca de dez anos a esta parte – registo de violação dos direitos humanos é zero. Não é falta de organização, mas não há registo de raptos ou mortes de estrangeiros, tão pouco existe ameaça de fundamentalismos religiosos ou genocídio étnico no nosso solo pátrio. As disputas políticas apelidadas de “crise” política na nossa terra, são de natureza internas e correntes. Os tais alaridos, portanto, não passam de “uma tempestade num copo de água”. Temos dito que a nossa “crise” política não constitui ameaça a paz e segurança internacional. A não ser que a queiram fabricá-la. E nesse caso, estaremos dispostos a enfrentá-la, física, política e intelectualmente.

Tugas nbarka ebaiii…
Tugas di terra fikaaa!...
Ena sorondaaa…
Imperialismo na rondaaa!…