sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

PRESIDENTE DA REPÚBLICA, JOSÉ MÁRIO VAZ, EFETUOU VISITA ÀS ANTIGAS INSTALAÇÕES DA FÁBRICA DE CUMERÉ, SEÇÃO DE SETOR DE NHACRA, NORTE DO PAÍS

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Ponto a reter: o preço de comercialização da castanha de caju para presente ano agrícola será “tão bom quanto ao ano passado”.

O chefe de Estado José Mário Vaz afirmou esta quinta-feira, 22 de Fevereiro 2018, que não está preocupado com as sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental a 19 figuras políticas do país, incluindo o seu próprio filho.
Declarações do Presidente da República feitas à margem da visita que efetuou às antigas instalações da fábrica de Cumeré, seção de Setor de Nhacra, norte do país, nas quais diz ter aconselhado ao seu filho a manter-se firme, pois não pode ser um  caso a parte, ou seja, diferente de outros guineenses.
“É maior de idade [meu filho]. Se o seu nome consta da lista da CEDEAO é guineense e tem que estar ao lado dos seus concidadãos para encontramos a solução à crise. Portanto, não estou preocupado com essa situação e a minha prioridade, neste momento, é o que vim fazer aqui, dar emprego aos jovens, aumentar a produção dos camponeses e criar a riqueza para o país”, nota.
Quanto à situação do país que, há mais de um mês está sem um governo funcional, Presidente da República diz desconhecer as razões do atraso na formação do elenco governamental, mas presume que Artur Silva, primeiro-ministro nomeado, esteja a fazer contatos neste sentido. Por isso, está aguardar pela comunicação do próprio Artur Silva, para depois se posicionar. Contudo, deixa a garantia de que “o poder não vai estar na rua”.
José Mário Vaz sublinha, contudo, que o preço de comercialização da castanha de caju para presente ano agrícola será “tão bom quanto ao ano passado”, por isso aconselha aos camponeses guineenses a recorrerem aos bancos comerciais de Bissau, caso estejam a enfrentar dificuldades em conseguir dinheiro para realizar os trabalhos de  limpeza dos seus pomares de caju. E deixa claro que não estará mais disposto em permitir que os compradores, do produto da maior exportação do país, burlem os produtores guineenses e os coloquem na pobreza, enriquecendo outras pessoas.
Em relação à visita a complexo industrial de Cumeré, JOMAV esclarece que a mesma  enquadra-se no âmbito da sua “Fundação Mon Na Lama”, para cumprir dois “grandes objetivos”: dar emprego à juventude e criar riqueza ao país. Todavia, alerta que, para que isso seja realidade, será necessário mobilizar fundos para a Guiné-Bissau, desenvolver a tecnologia, ter mercado próprio e fixar preço local dos produtos  produzidos na guiné e competir, em pé de igualdade, com os outros países ao nível  internacional.
Neste sentido, apela ao Chefe de Estado Maior das Forças Armadas a dar instruções a militares mais próximos da antiga fábrica de Cumeré para começarem com os trabalhos da limpeza do terreno para depois trazer os investidores para investirem na fábrica, que neste momento se encontra completamente desértica, saqueada e sem vestígios.
O chefe de Estado diz acreditar que com um investimento sério na fábrica local, o país poderá resolver muitos problemas, sobretudo de óleo alimentar e sabão. A fábrica foi criada pelo ex-presidente Luís Cabral, depois da independência e chegou a funcionar por um curto período, mas depois da queda do regime do primeiro presidente, a pequena indústria foi brutalmente saqueada e aniquilada.
Apesar de tudo, José Mário Vaz garante que vários investidores já manifestaram o interesse em trabalhar na Guiné-Bissau “no sentido de acrescentar o valor a nossa produção”.

Por: Filomeno Sambú
Foto: F.S

Bambaram di padida



 
Presidente ao lado dos mais novos 
José Mário Vaz, rodeado de crianças à margem de uma visita às instalações de uma antiga unidade industrial, em Cumeré, 40 quilómetros de Bissau.